Carnes / Peixes
17/02/2017 14:34 - Preço da carne deve cair ao longo da cadeia
Em intensidades diferentes, pecuarista, indústria e varejo devem experimentar valores menores na proteína. Saída está em elevar as exportações que, em janeiro, subiram 13% na variação anual
São Paulo - O excesso de oferta de gado no mercado, impulsionado pelo abate de fêmeas, pressionará os preços pagos ao longo da cadeia. Desta vez, até mesmo o varejo, que costuma praticar o menor repasse, tende a arrefecer o custo da carne bovina ao consumidor final.
A disponibilidade de animais é grande, em linha com a redução nas despesas com bezerros para reposição do rebanho. Desde o início do ano, o indicador do boi gordo Esalq/BM&Fbovespa acumula queda da 2,57%, em relação ao fechamento da quarta-feira (15), de R$ 145,09 por arroba. Em doze meses, o recuo chega a 5,73%.
"Em seguida, a indústria se depara com desvalorização nas cotações, porque apesar da consciência de que mantendo o abate haverá queda no preço da carne, existe um parque fabril que precisa ser sustentado", explica o coordenador de pecuária da consultoria Agroconsult, Maurício Palma Nogueira.
No final da cadeia, o varejo mantém despesas específicas, mas não como as da infraestrutura de um parque industrial. No entanto, "o segmento varejista também terá que fazer concessões de preços, caso contrário perderá para a concorrência", enfatiza o especialista. Sem arriscar números, Nogueira comenta que a proporção esperada é de retrações mais profundas na arroba do boi e ao frigorífico, ao passo que o varejo deve registrar só pressões moderadas.
Para o diretor executivo da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, a demanda será a mentora da intensidade da queda dos índices.
O abate de fêmeas ocupa um espaço adicional entre as preocupações do setor. O presidente-executivo da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, comenta que essa medida sinaliza que haverá dificuldade em conseguir bois terminados no médio e longo prazo.
Uma saída importante para minimizar os impactos do excesso de oferta é alavancando as exportações. De acordo com levantamento divulgado ontem pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o embarque da proteína bovina atingiu 112 mil toneladas em janeiro, ganho de 13% em relação ao igual mês de 2016. As negociações geraram faturamento de US$ 436 milhões, que representa incremento de 16% na mesma comparação.
Conflito de valor
Historicamente, o diretor da Acrimat conta que nos momentos em que a arroba do boi recua, o reflexo no varejo não acontece. Um estudo do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) revela que há uma diferença de 127% entre a valor de saída do boi da propriedade e a sua chegada na mesa do consumidor daquele estado. Desde de 2005, o preço o quilo da carne subiu 284% no varejo, contra a alta de 157% ao pecuarista.
No âmbito nacional, o especialista da Agroconsult avalia que há uma série de fatores na composição do preço no varejo. Porém, o mark up (intervalo entre o valor do produto e seu custo de desossa do varejista) ficou em 151,7% na compra de carcaças em janeiro de 2017, ante 127% um ano antes. A média é de 134%. No caso dos cortes desossados, esse percentual chega a 80,6%. Na mínima, verificada em dezembro de 2015, o índice bateu 61,7%. Os dados são do Instituto de Economia Agropecuária (IEA), compilados pela consultoria.
O superintendente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Márcio Milan, esclareceu ao DCI que o varejo trabalha com um período médio de 10 dias de estoque. Ainda conforme o dirigente, somados os intervalos entre a aquisição, processamento e entrega, surge, de fato, uma distorção entre os preços praticados na cadeia.
"A carne é um produto de oferta quase diária, por isso as divergências são maiores. Mesmo assim, o contrafilé registrava valor de compra de R$ 27 por quilo em janeiro, passou a R$ 22 e agora marca R$ 20. Já é possível perceber um processo de queda", exemplifica.
Nayara Figueiredo
Fonte: DCI - São Paulo
Veja mais >>>
18/08/2023 11:21 - Consumo de pescado cresce 65% no Brasil desde 200402/06/2023 10:38 - Os maiores fornecedores de pescados reunidos em um único local
11/05/2023 16:57 - Amplie a variedade de peixaria no seu supermercado
10/03/2023 10:57 - O autêntico Noruega – sabor premium único e alto rendimento
12/12/2022 11:31 - Produção de proteína animal cresce no 3º trimestre
23/11/2022 11:33 - Bacalhau da Noruega, a melhor receita para o fim de ano
17/10/2022 11:15 - Consumo aquecido de tilápia agrega valor aos mercados nacional e internacional
03/10/2022 17:00 - Um oceano de produtos para o seu supermercado
12/09/2022 11:39 - América Latina tem feira de negócios focada no setor do pescado
09/09/2022 12:00 - Bacalhau da Noruega, uma opção saudável para uma alimentação equilibrada
01/09/2022 12:20 - Semana do Pescado incentiva temporada de consumo no segundo semestre
22/08/2022 16:28 - Confirmada para setembro a 19ª Semana do Pescado
10/08/2022 11:46 - Bacalhau da Noruega – saúde e sabor em um alimento 100% natural
27/06/2022 10:15 - Por que você deve aumentar os estoques de carne de porco na sua loja?
20/06/2022 11:29 - Vem aí o plant-based em pó