Depois de fechar cinco plantas e demitir 4,8 mil funcionários, o frigorífico Independência anunciou ontem o encerramento das atividades em mais duas fábricas - entre abate e desossa - e em um centro de distribuição. Uma das unidades fechadas fica em Mato Grosso, estado que, juntamente com Rondônia, ainda oferecia condições de retomada das atividades, por serem os poucos a terem margem positiva. Além da fábrica de abate e desossa em Nova Xavantina (MT), também teve atividades encerradas a unidade de desossa em Presidente Venceslau (SP) e do centro de distribuição em Itupeva (SP).

As medidas vão resultar em demissão de cerca de 1,4 mil colaboradores. Com isso, já são 5,2 mil funcionários, quase metade do total de 11 mil pessoas empregadas pela companhia. Mas a empresa mantém os ajustes anunciados em Santana do Parnaíba (SP), Janaúba (MG), Pontes e Lacerda, Juína e Colíder (MT) e Rolim de Moura (RO).

Quando anunciou sua recuperação judicial, em 2 de março, os executivos do Independência informaram que iam tentar retomar na semana seguinte os abates nas unidades de Mato Grosso e Rondônia, por serem as únicas que estavam gerando lucro naquele momento. Segundo cálculos feitos pela própria empresa, o lucro diário nessas plantas era de R$ 62 mil com o abate de 1 mil animais (70% de machos e 30% de fêmeas). O custo total do abate era de R$ 5,31 por quilo e a receita era de R$ 5,62, resultado em lucro de R$ 0,31 por quilo. Já nas unidades de Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, a empresa reportou na mesma época estar registrando R$ 19 milhões por dia de prejuízo a cada 1 mil animais abatidos, diante de um custo total de abate de R$ 5,68 por quilo e uma receita menor, de R$ 5,65. Na semana passada, o Independência fechou as unidades de Senador Canedo (GO), de Anastácio (MS), de Confresa (MT), de Pires do Rio (GO) e de Nova Andradina (MS). A empresa informou que os fechamentos e as reduções nestas unidades são parte de um programa em andamento de ajuste das operações do Independência à realidade do mercado atual.

Veículo: Gazeta Mercantil