No decorrer deste mês, os frigoríficos, em geral, seguem forçando a baixa da cotação do boi gordo no mercado físico. Os preços de balcão estão em queda em boa parte do Centro-Sul do País, com exceção ao Rio Grande do Sul, que ainda se depara com oferta mais limitada, resultando em escalas mais curtas, o que faz da cotação do animal no Estado a mais elevada do País.

De acordo com relatório semanal da empresa de consultoria em agronegócio Safras & Mercado, mos demais estados da federação, a pressão de baixa vem se consolidando. A expectativa é que ela perdure até o final do mês. Até mesmo os frigoríficos de menor porte têm conseguido dar bom seguimento às suas escalas de abate.

De acordo com o boletim semanal do Sindifrio, a oferta de bovinos gordos ainda prossegue restrita, com retenção de animais pelo pecuarista, que resiste em entregar pelos preços ofertados pela indústria. Por outro lado, os frigoríficos, com seus estoques abarrotados, prosseguem com a pressão baixista, com sucesso em diversas praças.

"O fato é que o mercado está atuando em condições adversas, e o pecuarista, em algum momento, terá de se render ao mercado e atender à atual realidade, na qual há retração geral do consumidor e também do mercado externo e entregar os bovinos gordos, pois tem compromissos a cumprir", informa o boletim.

No Norte do País, a oferta de animais segue expressiva. Os fretes e demais tributos ainda são um complicador. Essa situação, segundo Safras, ajuda a entender a confortável posição das escalas de abate dos frigoríficos de maior porte, considerando que os mesmos possuem mais recursos para buscar o boi gordo em outros mercados regionais.

Oferta - Os frigoríficos de menor porte não dispõem das mesmas condições para buscar o boi gordo em outras regiões, dependendo da oferta em seu mercado local, que muitas vezes é insuficiente para atender toda a demanda.

A média semanal de preços (de 13 a 16 deste mês) em São Paulo foi de R$ 145,27 a arroba Em Mato Grosso do Sul, o preço ficou a R$ 138,16. Em Minas Gerais, a arroba esteve em R$ 133,50. Em Goiás, a arroba ficou em R$ 133,00. Em Mato Grosso, o preço ficou em R$ 134,45.

O atacado está travado e enxuto à espera da recuperação do mercado consumidor. As ofertas estão reduzidas acompanhando a diminuição dos abates, mas os atacadistas estão com as câmaras abarrotadas. Assim, o cenário do mercado de boi gordo é de ofertas reduzidas, vendas no varejo lentas e ambiente altamente especulativo.

Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG