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01/07/2015 14:40 - Venda de frango avança e acirra disputa entre BRF e JBS

                                    Na crise, carne sai da mesa. Gigantes buscam reposicionar marcas


O frango, em 2015, tem tudo para ser o “alimento da crise”. Se em 1994 ele virou símbolo do real, agora é uma opção para esses tempos de desemprego, inflação e forte alta no preço da carne bovina. Aproveitando o momento, duas gigantes de alimentos no país, BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e JBS, que detém a Seara, estão na luta por este mercado, investindo em campanhas publicitárias milionárias.

Agora, elas devem avançar também no setor de frangos orgânicos, nicho no qual o quilo da ave pode custar mais que um quilo de picanha. Segundo dados do IBGE, enquanto neste primeiro trimestre o abate bovino caiu 7,7%, o de aves subiu 2,1%. O preço está por trás deste movimento: no acumulado de janeiro de 2014 a maio deste ano, o preço médio da carne subiu 27,62%, mais que o dobro do IPCA, a inflação oficial, no período (12,09%) e muito acima do reajuste do preço das aves (4,34%). E a procura maior por aves tem feito o mercado ficar mais acirrado.

A expectativa é que o mercado de aves cresça entre 2%e 3% neste ano, enquanto a economia deve retrair mais de 1%. Isso tende a fazer, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que se amplie a diferença prófrango no cardápio de proteínas na mesa dos brasileiros. Em 2014, em média, cada pessoa no país consumiu 44 kg de frango, contra 38 kg de carne bovina e 15 kg de carne suína, afirma a entidade.

— A tendência é essa, a proteína animal da ave e do suíno de qualidade é mais acessível que a carne bovina mais barata. Em tempos de crise, isso deve ser levado em conta pelos brasileiros — diz Francisco Turra, presidente da ABPA.

Cesar de Castro Alves, analista da MB Agro, confirma o momento favorável:

— Este ano vai favorecer o frango, o consumidor está migrando da carne. O preço da ave tende a se manter baixo, pois os preços dos insumos, como a ração, continuam em queda — disse ele.

PERDIGÃO NO SEGMENTO ECONÔMICO

Se o preço leva o consumidor para as aves, celebridades globais tendem a persuadir a escolha da marca. Nesta segunda metade do ano, a disputa entre as líderes Sadia e Perdigão com a Seara deve se intensificar. Esta última tem Fátima Bernardes como garota propaganda. Na Perdigão, este papel cabe ao casal Luciano Huck e Angélica. Fontes do mercado dizem que a diferença entre as duas empresas nunca foi tão pequena, tanto no mercado interno como no externo.

Três novidades no setor reforçam esta briga. A primeira é a volta da marca Perdigão com força nos supermercados a partir do dia 2 de julho, encerrando a quarentena imposta pelo Cade depois da fusão da empresa com a Sadia, quando foi criada a BRF. Nesta primeira etapa, a marca voltará em segmentos importantes, como presunto e linguiça, o que ajudará a BRF a posicionar os produtos Perdigão como mais econômicos, enquanto a Sadia tende a se destacar como nome premium do grupo. Procurada desde a semana passada, a empresa não se pronunciou.

A segunda novidade está na reação da JBS, dona da Friboi, que continuará investindo pesado para tornar a Seara sua marca principal e deve concorrer com a nova Perdigão com marcas regionais. No Rio, por exemplo, ganham força nomes como Rezende e Wilson, voltadas para a classe C.

— Acreditamos que o varejo brasileiro vê como positiva a presença de um segundo concorrente no setor. Independentemente do impacto inicial da volta da Perdigão, estamos construindo uma empresa de longo prazo e não vamos destruir o valor que conseguimos criar para a marca Seara até o momento — informou Gilberto Tomazoni, presidente da JBS Foods, divisão em que estão a Seara e as operações de aves e suínos.

O terceiro ponto é a valorização do mercado “verde”, com produtos como frango orgânico e “solto” (criado sem um confinamento total) e “sem antibiótico”. A líder do segmento é a Korin, que espera em 2015, pela primeira vez, faturar mais de R$ 100 milhões em um ano. Em setembro entrará em vigor o novo investimento, que elevará a capacidade de produção para o abate de 24 mil cabeças de frango por dia.

Muitos afirmam que este mercado de produtos saudáveis deverá continuar em alta no país mesmo com a crise, pois a classe A, disposta a pagar até R$ 40 pelo quilo do frango (contra R$ 7 de um quilo de frango “tradicional” ou R$ 35 pela mesma quantidade de picanha em supermercados da Zona Sul carioca), é menos afeita à turbulência financeira. Reginaldo Morikawa, diretor-superintendente da Korin Agropecuária, lembra que há casos em que, por causa do preço, pais compram Korin para os filhos, mas, para economizar, consomem frango commodity.

— Vemos que a demanda cresce, as pessoas se preocupam cada vez mais com a qualidade do alimento, do bem estar do animal, da preocupação ambiental. E temos que lembrar que o fato de um frango ser orgânico só eleva o preço em 20%, o restante da diferença do preço é o custo de ter um tratamento adequado ao frango, que é produzido com baixa gordura, armazenado da forma correta, que segue os preceitos de excelência, que poderiam ser aplicados a todos os animais — disse.

E este mercado cada vez mais atiça os gigantes do setor. A JBS, que no mês passado comprou a Moy Park, unidade da Marfrig forte na Europa, quer usar a

expertise da nova empresa, que detém a marca francesa “La belle Rouge”, de frangos mais saudáveis, para crescer no segmento no Brasil. Aqui, eles já contam com a linha Seara DaGranja, de aves criadas em granjas sem uso de antibióticos, promotores de crescimento e com ração 100% vegetal. A BRF também está interessada no setor.

EXPORTAÇÕES DEVEM CRESCER

Danilo de Julio, analista da Concordia, afirma que todo este cenário deverá gerar mais negócios no setor.

— Sabemos que, com o dólar valorizado, as grandes empresas, que exportam cerca de 50% de suas produções, estão com recursos e podem ir às compras. A JBS tem as aquisições em seu DNA, e a BRF, até então refratária, tem se mostrado mais disposta a investir em compras, ao invés de buscar apenas a rentabilidade — disse o analista.

Muitos esperam que as exportações de aves cresçam em relação aos US$ 8,08 bilhões de 2014. E neste segmento, assim como no mercado interno, a JBS tem avançado sobre a BRF. Para quem gosta de disputa comercial, o ano de 2015 pode ser fundamental para ver qual galo canta no galinheiro.



Veículo: Jornal O Globo

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