São Paulo - Depois de anunciar a venda da sua subsidiária irlandesa Moy Park para a JBS por US$ 1,5 bilhão, a Marfrig Foods explicou que o negócio é importante para que a companhia direcione sua operação para o segmento de food service.

A venda foi fechada na sexta-feira (19). "Do ponto de vista financeiro, [o negócio] é uma equação muito boa para nosso capital. Além disso, a Moy Park era voltada ao varejo, e agora trabalhamos para focar nossa operação no food service", afirmou ontem Martin Secco Arias, diretor-presidente da Marfrig.Pelo acordo, a JBS assumirá a dívida líquida da Moy Park, que gira em torno de 200 milhões de libras.

Venda x IPO

Antes de realizar o negócio com a JBS, a ideia da Marfrig era gerar capital a partir da abertura de IPO (do inglês Initial Public Offering = Oferta Pública de Ações) da Moy Park. No primeiro trimestre deste ano, a receita líquida da subsidiária atingiu R$ 1,543 bilhão de reais, correspondentes a 26% do total da Marfrig.

A Moy Park é uma das principais empresas de alimentos prontos da Europa, com unidades de processamento de aves na Inglaterra e na Irlanda do Norte. Também possui plantas na França e Holanda.

Carne in natura

Secco mostrou-se otimista quanto à reabertura dos mercados chinês e norte-americano para a carne bovina in natura brasileira. Em visita ao Brasil no início de maio, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, anunciou o fim do embargo ao produto. Segundo a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, os Estados Unidos devem seguir o mesmo caminho já a partir de agosto.

"O processo [de abertura dos mercados] não é na velocidade que gostaríamos, mas é um processo seguro e que vai trazer resultados muito positivos para a operação de carne bovina", disse o executivo.

Secco afirmou também que os Estados Unidos liberaram uma cota de carne bovina que poderá ser exportada pelo Brasil sem tarifas. "As duas principais questões... já foram confirmadas: habilitação e a cota livre de tarifas", comemorou.



Veículo: Jornal DCI