Redução acentuada na oferta de aves impulsiona as cotações do produto



A maior demanda internacional e a redução acentuada na oferta de animais no Brasil têm impulsionado os preços da carne de frango no Estado. Para o quilo da ave viva, atualmente negociado com o produtor a R$ 2,70, a valorização bateu na casa dos 38,5% do final de maio, quando estava sendo negociado a R$ 1,95, para cá.

"É um preço mais elevado e que já faz o avicultor pensar em investimentos. Mesmo com a alta dos custos, principalmente da energia elétrica, acredito que o preço do quilo da ave viva a R$ 2,70 está remunerando o produtor", afirmou a coordenadora da assessoria técnica da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline de Freitas Veloso.

Outro fator que, segundo a coordenadora da assessoria técnica da Faemg, também está ajudando a aumentar a procura pela carne de frango no mercado doméstico é o encarecimento da carne bovina. Para ela, muitos consumidores optam por comprar a carne da ave que, comparada a muitos cortes bovinos, é mais barata.

As exportações de carne de frango também estão em alta. Além dos preços competitivos do produto nacional no mercado externo, os casos de Influenza aviária em países produtores do Hemisfério Norte podem estar reforçando o interesse pela carne brasileira. De janeiro a maio, com base em informações da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), as remessas mineiras de carne de frango ao exterior cresceram 4,8%.

Ao todo, foram exportadas 3,7 mil toneladas de carne de frango a mais neste ano. Esse aumento no volume de carne exportada pelo Estado, segundo a coordenadora da assessoria técnica da Faemg, está ligado às boas condições de sanidade dos criadouros mineiros ao elevado nível de organização produtiva e à busca de novos mercados.

Apesar da melhora no cenário dos preços, o setor convive com algumas preocupações. Uma delas é em relação às regras atuais de contribuição para o Fundo de Emergência Sanitária, que tem adesão voluntária. Para garantir a sanidade da produção e os trabalhos de prevenção e fiscalização, os avicultores acreditam que a contribuição deveria ser compulsória para todas as empresas do setor.

Outro ponto que está na pauta dos representantes do setor é o aprimoramento das regras do Fundo de Emergência Sanitária. Os recursos do fundo são captados com a participação voluntária das empresas do segmento e aplicados em ações de prevenção voltadas para a defesa sanitária, controle de doenças e fiscalização. Conforme já divulgado, a ideia da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig) é mudar as regras e tornar a contribuição compulsória.

Segurança - O trabalho preventivo promovido pelo fundo é considerado fundamental para garantir a segurança sanitária da produção mineira caso ocorram casos de doenças no País. A prevenção é importante para evitar prejuízos, como os causados com o surto de Influenza aviária registrada nos Estados Unidos.

Com base em dados da Avimig, em Minas Gerais a avicultura é desenvolvida em cerca de 500 municípios e, desse universo, somente 40% participam do fundo. No Estado stão instaladas 1.847 granjas e 28 indústrias de abates de frangos. A produção do setor em 2014 atingiu 445 milhões de aves e 11,51 milhões de caixas de ovos.



Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG