Afetados pela forte redução das exportações, sobretudo para o mercado da Rússia, produtores e agroindústrias de suínos tiveram ontem duas medidas de auxílio aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A avicultura de corte também foi contemplada pelo governo. 

Os membros do CMN entenderam que a crise financeira internacional reduziu o crédito para financiamento das agroindústrias de aves de corte e de suínos. Por isso, decidiram elevar os limites de crédito para custeio dos chamados produtores integrados a agroindústrias, como Perdigão, Sadia e Seara. Assim, será possível elevar a antecipação de recursos das indústrias aos produtores com juros mais baixos, já que essas empresas fazem um mix de taxas em suas captações no mercado. Os limites subiram de R$ 24 mil para R$ 40 mil aos produtores integrados de aves de corte e de R$ 36 mil para R$ 60 mil para a produção de suínos e perus. 

Os criadores de suínos também ganharam uma linha de financiamento específica de custeio pecuário para a retenção de matrizes. Como a crise externa reduziu a demanda e o mercado doméstico não tem capacidade de absorver esses excedentes, o governo decidiu garantir R$ 100 mil a juros anuais de 6,75% com prazo de até dois anos. "É para evitar o abate de matrizes, que ocorre sempre que há excesso de oferta no mercado", disse o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt. 

O CMN também aprovou ontem um resolução para limitar o financiamento de tratores e motocultivadores dentro do programa Mais Alimentos, criado para oferecer descontos a produtores familiares. Agora, só poderão ser financiados equipamentos novos e com potência de até 78 cavalos. 

A medida, tomada a pedido do Ministério do Desenvolvimento Agrário, tenta assegurar a "correta destinação dos recursos" da linha, segundo Bittencourt. E também ajuda a prevenir um "possível endividamento exacerbado" dos produtores com a aquisição de tratores acima de suas necessidades. Alguns produtores estavam comprando tratores usados e acima de 78 cavalos em razão de ofertas das próprias indústrias de máquinas.(MZ) 

Veículo: Valor Econômico