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28/08/2014 09:43 - Preço do suíno sobe com alta nas exportações

Michele Valverde



O aumento das exportações e a produção ajustada ao consumo têm contribuído para que os suinocultores de Minas Gerais ampliem os ganhos com a atividade. Os preços pagos pelo quilo do suíno vivo já registraram incremento de 18,4% em agosto, com o produto negociado a R$ 4,50 por quilo no Estado. Com o custo de produção variando entre R$ 3,40 e R$ 3,50 por quilo do animal vivo, os suinocultores estão investindo nas unidades produtoras para que a produtividade seja ampliada.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Penna, a tendência é que o mercado se mantenha firme, uma vez que o segundo semestre geralmente apresenta maior demanda pela carne suína. No momento, a recomendação da associação é para que os produtores planejem as ações com cautela.

"Os suinocultores estão lucrando com a atividade, e isso é fundamental para que sejam feitos investimentos nas unidades produtoras visando ao ganho em produtividade e eficiência. Também é preciso fazer uma reserva financeira, já que a suinocultora apresenta ciclos de alta e baixa e o produtor que planeja bem os investimentos consegue minimizar os impactos", explica.

Ainda segundo o representante da Asemg, a demanda internacional pela carne suína esta aquecida, o que é importante para o controle da oferta e manutenção dos preços em patamares lucrativos. Os últimos dados da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) mostram que no acumulado de janeiro a julho, os embarques de carne suína aumentaram em 27,19% gerando receita de US$ 95,7 milhões. Já o volume ficou em 26,2 mil toneladas, alta de 0,92%.

De acordo com pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as expectativas em relação ao mercado de carnes são positivas, uma vez que as exportações costumam ser maiores ao longo do segundo semestre. Outro fator que contribuirá para que a demanda pela carne suína se mantenha em alta é a possibilidade de exportar mais para a Rússia, já que o país suspendeu as compras dos Estados Unidos e da Europa, devido à crise na Ucrânia.

Para os pesquisadores do Cepea, além do provável aumento nas vendas para o mercado russo, a oferta restrita de animais em países concorrentes do Brasil reforça a expectativa de aumento dos embarques nacionais. A peste suína africana tem acometido rebanhos de alguns grandes produtores, como a própria Rússia. Além disso, casos de diarreia suína vêm prejudicando a produção dos Estados Unidos, Canadá e México.

Agosto - Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), nos 16 primeiros dias úteis de agosto, a média das exportações brasileiras de carne suína in natura ficou em 1,8 mil toneladas por dia. Caso o ritmo seja mantido, o total do mês pode passar de 38 mil toneladas, o que representaria cerca de 10% a mais que em julho e 17% acima do exportado em agosto de 2013.

"O aumento das vendas para o exterior sempre é positivo, porém, precisamos agir com cautela já que o mercado russo, para onde são destinadas mais de 80% das exportações de carne suína de Minas, não é totalmente confiável, podendo suspender o embargos aos EUA e Europa de uma hora para outra. O produtor precisa ficar atento a estes riscos e evitar o aumento da produção através do plantel", alerta.


Valores - Em relação aos valores praticados, Minas Gerais apresentou evolução bem positiva em agosto, 18,4%. O quilo do suíno que na primeira semana do mês estava cotado a R$ 3,80 é negociado agora a R$ 4,50, enquanto os custos estão estabilizados entre R$ 3,40 e R$ 3,50. No caso dos custos, era esperada queda, uma vez que os preços do milho estão em baixa. Porém, devido à desvalorização do real frente ao dólar, os custos com produtos importados que compõem a ração animal, como os aminoácidos, alguns medicamentos, enzimas e promotores de desempenho, ficaram mais altos.

"Acreditamos que novos reajustes nos preços do suíno poderão ocorrer ao longo da primeira semana de setembro. Ainda não temos como calcular este índice que, para se concretizar, dependerá ainda do mercado final, que já está reagindo mal aos aumentos significativos ocorridos ao longo de agosto", prevê Cardoso Penna.



Veículo: Diário do Comércio - MG



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