Carnes / Peixes
01/04/2014 12:27 - Crusoe Foods planeja produção para julho
Empresa espanhola estima faturar cerca de R$ 70 milhões somente no primeiro ano de funcionamento
O Ceará começará a produzir pescado em conserva em julho deste ano, quando iniciarão, em seu território, as atividades da primeira indústria do tipo no Norte e Nordeste. Com um investimento orçado em R$ 21 milhões, foi lançada ontem a pedra fundamental da segunda unidade da espanhola Crusoe Foods no Brasil, em instalação no município de São Gonçalo do Amarante. O grupo já planeja, para 2015, uma expansão da planta para instalação de uma fábrica de farinha de ração, aportando mais R$ 5 milhões.
A indústria está sendo instalada em parceria com a empresa local RB Aquicultura, que já atua no município há nove anos e emprega 60 funcionários. Com o investimento, deverão ser gerados cerca de 400 novos empregos diretos, sendo 90% destes destinados a mulheres. A Crusoe Foods, considerada a empresa com a melhor tecnologia de beneficiamento de pescado do mundo, produzirá na unidade produtos em conserva de padrão mundial de qualidade, que atenderão ao mercado do Norte e Nordeste, mas que também deverão seguir para exportação.
R$ 100 mi de faturamento
Somente para este ano, a unidade cearense tem um faturamento previsto de R$ 70 milhões, devendo chegar a R$ 100 milhões em 2015, segundo informou o representante do grupo espanhol, Francisco Javier Alonso Gonzalez. A fábrica iniciará as atividades com enlatamento de sardinha, atum e cavala e, em um segundo momento, começará o processamento de tilápia, o primeiro pescado de água doce a ser conservado pelo grupo, que já possui unidades em diversos países. A ideia, contudo, é expandir para outros pescados, a depender da demanda local. "A indústria de conserva no Brasil é bastante conservadora, só toca esses dois itens (atum e sardinha) e o grupo trabalha com mais de 25 itens no mundo. Vamos começar a introduzir outros pescados, mariscos, cavala, polvo, mexilhão, salmão, vamos abrir uma variedade para que o consumidor tenha opções", diz.
A fábrica terá capacidade de produção de oito milhões de enlatados por mês, o que, de acordo com ele, é além da demanda estimada para o mercado do Norte/Nordeste. "Enxergamos que nossa capacidade de produção e operacional vai ser maior que a capacidade de venda que vamos ter, porque temos que ganhar o mercado, onde há concorrentes fortes. Então, vamos ter um excedente de pescado, tanto em conserva quanto congelado, que vamos poder exportar", adianta. A matriz do grupo na Espanha será o principal cliente, mas os produtos também poderão ser levados a outros países da Europa.
Mercado
Comercializando os produtos da marca Robinson Crusoé, o grupo espanhol possui de 7% a 8% de market share no Brasil e 10% no Ceará. Com esta unidade, assim como a do Rio Grande do Sul, já instalada, e a que será construída no Rio de Janeiro, a meta da empresa é alcançar 20% de participação de mercado em todo o país.
Farinha de ração
Para meados do ano que vem, o grupo planeja iniciar as atividades da unidade de produção de farinha para ração. "Um dos grande objetivos do grupo é o tirar máximo proveito da matéria-prima que compramos, pra dar maior valor agregado a ela. A conserva é o beneficiamento que mais valor agrega por quilo de pescado processado", defende. A farinha de ração é produzida através do aproveitamento do subproduto do pescado que não foi enlatado, como sangue, espinha, pele, cabeça de peixe. "Tudo isso a gente aproveita, coloca numa linha de produção que faz o cozimento, a desidratação, a calibragem e faz uma farinha que é um complemento fundamental para o alimento de pescados", explica Gonzalez.
Ministro quer fortalecer setor
O governo pretende analisar e solucionar as dificuldades encontradas por pescadores para adquirir o Plano Safra no Estado Foto: honório barbosa
O governo federal quer ampliar a produção de pescado e elevar o crédito a pescadores. Esta é a meta apontada pelo ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, que esteve presente ontem no lançamento da pedra fundamental da Crusoé Foods, em São Gonçalo do Amarante.
"O Brasil possui 8,5 mil quilômetros de costa e 12% da água doce do planeta. Não é admissível que, com estas condições, a gente continue importando peixe de países como o Vietnã, que tem uma produção maior que a nossa", comparou o ministro da Pesca durante o lançamento da no Estado.
Plano Safra
De acordo com Lopes, uma das frentes, no Ceará, será levantar os números do Plano Safra no Estado e saber se os pescadores estão conseguindo adquirir esse crédito, para analisar e solucionar as dificuldades que encontram nesse processo.
"São R$ 4 bilhões disponíveis pelo plano. É preciso que esse dinheiro chegue aos pescadores", ressaltou. O ministro informou ainda que o Brasil tem sido visto com interesse por investidores da área pesqueira de diversos países. Ele informou também que deverá fazer visitas de prospecção de negócios na Espanha, na Austrália e no Japão e participará de congresso na área pesqueira na Itália.
"Vou conhecer as tecnologias, conversar com investidores. Se nos últimos 30 anos a atividade pesqueira tivesse tido a mesma atenção da agropecuária, nós estaríamos bem avançados. Somos praticamente novos no setor", comentou. (SS)
Indústrias para além do Pecém
A fábrica da Crusoé Foods está localizada no distrito de Siupé, fora da área que hoje é o maior foco de investimentos no Ceará e que também está dentro do município de São Gonçalo do Amarante, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). De acordo com o prefeito do município, Cláudio Pinho, este vem sendo o desafio da gestão: instalar empreendimentos em novos distritos industriais que vêm sendo criados.
No ano passado, foram assinados 17 protocolos de entendimento para indústrias no município, fora do Cipp. Nos próximos dois meses, três outras indústrias devem ter suas pedras fundamentais sendo lançadas nos distritos industriais.
Indústrias
A cearense Camol, da área de metal-mecânica, começará sua construção na sede do município, assim como a portuguesa Moldablocos, da área de pré-moldados. Juntas, as empresas somam investimentos de mais de R$ 10 milhões.
No distrito de Croatá também será instalada a Mecanidráulica, na área de mecânica hidráulica. Já para 90 dias, deverá começar a ser instalada, no distrito de Parada, a Regaf, da atividade metal-mecânica, com investimento previsto de R$ 15 milhões.
Mão-de-obra feminina
"A grande demanda do município é por mão-de-obra feminina, porque o Complexo industrial e Portuário do Pecém absorveu grande parte da mão-de-obra masculina. Hoje, somos um município importador de mão-de-obra. Mas, nas demais localidades, temos muita deficiência na oferta de trabalho", aponta.
Veículo: Diário do Nordeste
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