Depois de anos fechado à carne brasileira, o mercado chileno, efetivamente, abriu-se ao produto nacional. A Coopercentral Aurora anunciou que será a primeira indústria brasileira de carnes a exportar para o Chile. No começo de fevereiro, a cooperativa embarca 50 toneladas de carne suína ao país vizinho. O contrato foi feito no valor de US$ 90 mil, o equivalente a US$ 1,8 mil por tonelada. A empresa, que considerou a exportação mais "simbólica que econômica", espera que a compra de carne catarinense pelo Chile resulte em um efeito positivo no mercado mundial de carnes. "Esperamos que facilite o credenciamento do Brasil em outros mercados, como Japão e União Européia", diz Leomar Somensi, diretor-comercial da cooperativa catarinense.

Ele explica que não há hoje uma estimativa do potencial de exportação ao Chile neste ano. "Trata-se de um mercado grande. Não estamos negociando com nenhum outro cliente, mas nossa expectativa é de ir crescendo gradativamente", afirma Somensi. Mas, certamente é uma outra alternativa de mercado ao nosso produto, e isso é muito positivo", avalia. No ano passado, a Aurora exportou 120 mil toneladas de carne suína, volume que, apesar da crise mundial, deve crescer de 10% a 20%, segundo Somensi.

Diferencial

A carne suína que será embarcada ao Chile será produzida na unidade da Aurora Joaçaba, no oeste catarinense, que foi credenciada pelos chilenos em vistoria feita em 2008. O produto será embarcado em contêineres e transportado via rodoviária para a capital do Chile.

Simensi destaca que o consumo per capita de carne suína no novo cliente cresceu para 20,2 quilos, ultrapassando a carne bovina que é de 19,9 quilos por habitante ano. A produção chilena é de 527 mil toneladas.

Santa Catarina é o único estado brasileiro que detém o título de área livre de aftosa sem vacinação. O estado é também o único credenciado pelos chilenos para fornecer carne in natura.

Veículo: Gazeta Mercantil