Carnes / Peixes
21/02/2014 08:02 - JBS e Minerva arrematam unidades de abate da massa falida do Kaiowa
Em leilão judicial realizado ontem, JBS e Minerva Foods arremataram unidades de abate de bovinos da massa falida do frigorífico Kaiowa, um dos mais importantes do país na década de 1980.
A JBS arrematou uma planta localizada em Anastácio (MS), por R$ 24 milhões. Já a Minerva venceu o leilão para adquirir a unidade de Janaúba (MG), por R$ 40 milhões. Na última segunda-feira, o Valor antecipara que as duas empresas tinham interesse nos ativos do Kaiowa.
Como as propostas de JBS e Minerva ficaram abaixo do valor de avaliação determinado no edital divulgado pela 16ª Vara Cível da Comarca de São Paulo, as propostas tiveram que passar pelo crivo da Justiça. Ontem mesmo, a juíza Jacira Jacinto da Silva homologou a proposta da Minerva, segundo um fonte a par do tema. A oferta da JBS ainda deve ser apreciada.
Pelos termos do leilão, o frigorífico de Janaúba estava avaliado em R$ 43,169 milhões. Desse modo, a Minerva conseguiu um deságio de 7,35%. A JBS conseguiu um desconto ainda maior, de 15,09%. No edital, a unidade de abate de Anastácio foi avaliada em R$ 28,263 milhões.
No leilão, a JBS foi representada pelo presidente de sua divisão de carnes no Brasil, Renato Costa. O executivo da empresa afirmou que a unidade sul-mato-grossense arrematada pela JBS tem capacidade para abater cerca de 700 cabeças de bovinos por dia, considerado de médio porte.
No caso da frigorífico adquirido pela Minerva, a capacidade de abate é de 800 cabeças, segundo fonte que conhece os ativos. No entanto, uma proposta de arrendamento feita pela própria Minerva junto à Justiça dizia que a planta de Janaúba tinha capacidade de abate de 450 cabeças.
No mesmo documento, a Minerva informava que teria de investir R$ 5 milhões para elevar a capacidade para 800 cabeças de gado por dia, além das gastos com manutenção de equipamentos para retomar as operações da unidade, que está parada pelo menos desde 2010.
Mas os ativos comprados por JBS e Minerva não foram os únicos do Kaiowa a serem leiloados. Além das duas unidades, a Cooperfrigu, com sede em Gurupi (TO), fez uma proposta de R$ 11,1 milhões pelo frigorífico do Kaiowa em Pires do Rio (GO). A Cooperfrigu, porém, colocou como condição pagar os R$ 11,1 milhões de forma parcelada - 20% à vista e o restante em 60 parcelas.
Durante o pregão, o leiloeiro Mauro Zukerman afirmou que a proposta feita pela Cooperfrigu era "quase sem efeito" devido às condições. De todo modo, a juíza ainda deve avaliar a proposta.
Há, ainda, um grupo de ativos que sequer recebeu propostas no leilão. Entre eles, estão uma unidade de abate de bovinos em Presidente Venceslau (SP), avaliada em R$ 51,5 milhões, e uma fábrica de charque no mesmo município, avaliada em R$ 624,3 mil. Também ficou sem propostas a unidade de Guarulhos, avaliada em R$ 34,2 milhões. De acordo com fontes, os ativos que não receberam propostas devem ser leiloados pela Justiça novamente, numa data ainda não definida. O processo de falência do Kaiowa começou no ano de 1990.
Veículo: Valor Econômico
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