Exportações e consumo favorecem cotações; tendência é que cenário permaneça nos próximos meses .

O aumento das exportações e do consumo interno de carne suína estão contribuindo para a elevação dos preços pagos pelo suíno vivo em Minas Gerais. A tendência é que a alta permaneça ao longo dos próximos meses. O impulso virá da demanda aquecida de fim de ano, pela elevação das cotações do boi gordo e da manutenção do volume de produção no Estado. Nas últimas três semanas, o quilo do suíno vivo no Estado valorizou 25%.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), José Arnaldo Cardoso Pena, o preço atual está favorável para os produtores. Há três semanas a cotação praticada no Estado estava equivalente, ou até mesmo menor, que os custos de produção. Porém, com as temperaturas mais amenas e o aumento dos embarques de carnes, os preços estão se recompondo e superando os gastos de produção", diz.

Em Minas, o quilo do suíno vivo é negociado em média a R$ 3,50, 25% superior aos R$ 2,80 praticados há três semanas. O custo de produção está em torno de R$ 2,80 por quilo.

De acordo com a Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), em Minas Gerais, os embarques de carne suína nos primeiros sete meses deste ano foram ampliados em 22,17%, alcançando faturamento de US$ 75,2 milhões, frente aos US$ 61,6 milhões registrados entre janeiro e julho de 2012. O volume destinado ao exterior, 26,4 mil toneladas, representou incremento de 19,66%.


Destino - O principal destino da carne suína mineira é a Rússia, que importa 79% do volume negociados pelo Estado com o exterior. O segundo maior é Hong Kong, que responde por 12,4% do volume disponibilizado.

No país, de acordo com Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), foram exportadas 50,437 mil toneladas de carne suína em julho, aumento de 14% em relação ao mesmo período de 2012. O faturamento, de US$ 126,13 milhões, ficou 16,49% superior ao de julho do ano passado. O preço médio, de US$ 2,5 mil por tonelada, teve elevação de 2,19% frente a igual intervalo de 2012.

A alta se deve ao retorno das importações de carne suína pela Ucrânia, ao volume expressivo destinado para a Rússia e aos primeiros embarques para o Japão. As vendas de carne suína para os russos aumentaram 13,04% em volume (13,4 mil toneladas), em julho, e 26,86% em valor, US$ 38,87 milhões, em relação a igual intervalo de 2012.

Nos primeiros sete meses do ano, o Brasil exportou 290,952 mil toneladas, queda de 7,07% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita foi de US$ 756,40 milhões, redução de 4,94% ante o acumulado até julho de 2012. A projeção da Abipecs, é que as exportações no acumulado de janeiro até dezembro fique em torno de 600 mil toneladas, volume semelhante ao atingido no ano passado.

"A boa evolução dos negócios com o mercado internacional é fundamental para ajustar a oferta ao consumo e sustentar os preços em níveis rentáveis para os suinocultores", avalia Cardoso Pena.

De acordo com o vice-presidente da Asemg, a tendência é que os preços do suíno apresentem novos aumentos ao longo dos próximos meses. "A valorização da arroba do boi gordo, que está em período de entressafra, incentiva a migração do consumo para carnes com preços mais acessíveis, como a de frango e suína. Com a oferta controlada, a tendência é que os preços se mantenham valorizados", avalia.



Veículo: Diário do Comércio - MG