Carnes / Peixes
30/07/2013 09:13 - A pecuária brasileira corre perigo!
Os resultados expressivos da pecuária brasileira mostram que o rebanho dobrou nos últimos 36 anos, passando de 102,5 milhões de cabeças para 204 milhões. Você sabe quais são os motivos? Podemos citar alguns mais eminentes: os custos elevados, a margem de retorno cada vez menor, o abate enorme de fêmeas, a falta de investimentos no setor, o mercado concentrado com poucas opções aos produtores para vendas. Esses são alguns dos problemas, além da pressão por terras antes utilizadas pela pecuária e agora sendo incorporadas por grãos, exatamente pelo fato do mercado estar pagando pouco por uma produção com custos elevados.
Mas qual seria a melhor forma de escapar destes problemas? Seria investindo mais? Seria fazendo a integração lavoura-pecuária? Talvez esteja nesta última sugestão a forma de não sofrer com as intempéries do mercado. Alguns resultados mostram que, por exemplo, o sistema "Santa Fé" desenvolvido pela Embrapa, gerou ganhos tanto na pecuária como na produção de grãos. Outros sistemas utilizados com o "barreirão" podem ser uma alternativa para as oscilações do mercado.
Em outras ocasiões citamos que nossa média de natalidade gira em torno de 56%, ou seja, para cada cem matrizes, nascem 56 bezerros, ou seja, 44 matrizes estão comendo, bebendo a custa do pecuarista. Esse é um grande desafio aos produtores: melhorar o controle do rebanho para que os resultados cheguem aos patamares de 80%, números exemplares nas condições brasileiras e plenamente factíveis. Mas é claro: com planejamento.
Os sistemas utilizados como exemplo demonstram o que o pecuarista mais deseja: redução do período dos animais nas pastagens, ganho de peso e menor tempo, manutenção dos parâmetros químicos e físicos do solo, como conseqüência a redução do tempo para abate dos animais em 50%, ou seja, de 20 a 22 meses, para estarem com 450 kg.
Mas não podemos deixar de pensar que tudo isso é viável. Os exemplos estão aí para serem seguidos e melhorados. As manifestações que estão ocorrendo no país nos mostram que é possível: com muito trabalho, esforço e dedicação podemos ter melhores resultados.
O que não podemos esquecer é que a pecuária corre perigo. Produtores estão vendendo suas áreas, arrendando e/ou até mesmo abandonado à atividade. Os exemplos são vivos: falta de bezerros, falta de matrizes, mas e o preço? Pelo visto continua praticamente o mesmo! Esse é um fator determinante para mantermos a motivação dos pecuaristas, mas não podemos esquecer que se as mudanças não surgirem, a pecuária brasileira corre perigo, irá definhar. A hora para mudar é agora, mas precisamos de união para que isso venha a ocorrer! O perigo está batendo na porta do setor pecuário.
JOSÉ ANNES MARINHO*
* Engenheiro agrônomo, gerente de educação da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef)
Agro CFM projeta alta nas exportações de Nelore
Aberto em 2012 com a venda de lotes de reprodutores Nelore para pecuaristas do Paraguai, o mercado externo para a Agro-Pecuária CFM, aponta com tendência de alta para 2013. As vendas ao país vizinho, que no ano passado resultaram na comercialização de 190 touros, quase 10% de toda a distribuição anual da CFM, têm potencial para subir neste ano, com início no mês de agosto, na realização do 15º Megaleilão Nelore CFM, principal evento comercial da empresa de São José do Rio Preto (SP).
Uma delegação com pecuaristas que estão entre os principais produtores de gado paraguaios deve vir para São José do Rio Preto/SP para acompanhar o evento e animais da genética melhoradora da CFM para investir em seus rebanhos. A expectativa da CFM é de boas vendas. "Abrimos um mercado interessantíssimo em 2012 com nossas vendas ao Paraguai. Como nosso relacionamento com estes produtores tem evoluído muito desde então, a expectativa é manter e com potencial de aumento no envio de nossos animais para Exportação em 2013", admite o coordenador de pecuária da CFM, Luis Adriano Teixeira.
O sucesso das comercializações com produtores do Paraguai se explica se for considerada a similaridade entre o sistema produtivo de lá e o de regiões brasileiras como o Estado do Mato Grosso do Sul, por exemplo, tradicional pela atividade de cria na região pantaneira. "Temos que considerar a adaptabilidade dos reprodutores às condições de pastagens e clima do Centro-Oeste e do Paraguai, que são semelhantes. Somam-se a isso os atributos genéticos dos touros CFM para produzir filhos mais precoces e que ganham peso com facilidade", explica Luis Adriano.
A 15ª edição do Megaleilão Nelore CFM venderá mil touros Nelore CEIP e cerca de 500 fêmeas entre novilhas abertas e vacas prenhes da estação CFM, com eventos de 14 a 16 de agosto, em São José do Rio Preto (SP).
"O Megaleilão em todas as suas edições prezou gratificar e privilegiar o pecuarista parceiro com o oferecimento de pacotes comerciais atrativos seja para pequenos, médios ou grandes criadores. E no 15º Megaleilão deste ano não será diferente. Vamos continuar oferecendo vantagens únicas para todos", endossa Teixeira.
Todos os touros e fêmeas do Megaleilão CFM possuem o CEIP - Certificado Especial de Identificação e Produção - outorgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) aos programas de seleção com reconhecida melhoria de produção ao longo das gerações.
Maior oferta reduziu os preços
Frigoríficos conseguiram compor as escalas de abate de maneira satisfatória.
A maior disponibilidade de boi gordo no mercado interno durante a semana resultou em intensa queda dos preços. Com a melhor oferta de boi gordo, os frigoríficos conseguiram compor as escalas de abate de maneira satisfatória e, de forma sistemática, reduziram o preço de compra.
Segundo o analista da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, até mesmo os frigoríficos de menor porte conseguiram posicionar as escalas de abate de maneira adequada, entre três e quatro dias úteis. Os frigoríficos de maior porte ainda contam com a maior incidência de contratos a termo durante a semana. Além disso, ainda há oferta de boi gordo proveniente dos confinamentos próprios.
Até o fim de julho, a perspectiva é de continuidade do movimento de queda dos preços. Esse quadro tende a apresentar alguma alteração durante o próximo período de virada de mês. "Além do recebimento da massa salarial também ocorrem as comemorações relativas ao dia dos pais. Esse estímulo da demanda pode provocar nova alta dos preços", explicou o analista.
A média semanal de preços (22 a 25/07) em São Paulo foi de R$ 103,41. Em Mato Grosso do Sul, o preço ficou a R$ 98,33. Em Minas Gerais, a arroba ficou a R$ 98,33. Em Goiás, a arroba foi cotada a R$ 95,00. Em Mato Grosso, preços a R$ 90,00.
Do atacado ao balcão, o mercado opera ainda com volumes reduzidos em razão da redução de abates. O mercado está refletindo o período de de férias, que está chegando ao fim. O consumo ainda está reduzido, portanto, a retração produz reflexos da ponta consumidora para a ponta produtora. Entretanto, a expectativa é de preços estáveis.
No atacado, a média semanal de preços é de R$ 4,73 nos cortes de dianteiro e de R$ 7,83 nos cortes de traseiro.
Veículo: Diário do Comércio - MG
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