Carnes / Peixes
11/06/2013 11:09 - Com compra da Seara Brasil, dívida da JBS aumenta 27%
A compra dos ativos da Seara Brasil fará a dívida bruta do frigorífico JBS aumentar 27%, de R$ 21,195 bilhões para R$ 27,045 bilhões. O grupo, que já era o maior abatedouro de carnes do mundo, se torna líder global também no setor de aves após a aquisição da marca brasileira, pertencente antes ao Grupo Marfrig. A JBS assume a dívida de R$ 5,85 bilhões da empresa e seus ativos, que envolvem 30 plantas no Brasil, 21 centros de distribuição e mais de 45 mil funcionários.
A negociação também envolveu a compra dos ativos da Zenda, empresa especializada na produção e comercialização de couros semiterminados, acabados e cortados para indústrias, sediada no Uruguai e com unidades na Argentina, México, Estados Unidos, Alemanha e África do Sul.
Com a aquisição, a relação entre dívida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), ou alavancagem, "vai subir no primeiro dia", segundo o presidente e CEO do grupo JBS, Wesley Batista. A relação vinha caindo nos últimos trimestres e chegou a reduzir 0,9 ponto entre o primeiro trimestre do ano passado e o mesmo período deste ano, quando fechou em 3,4. Segundo Batista, a operação "não invalida, mas posterga a desalavancagem para o nível que pretendíamos até o fim do ano".
A dívida da Seara Brasil está dividida entre curto e longo prazo, com vencimentos entre este ano e 2017. Batista assegurou que, como a JBS tem um perfil de risco melhor do que a Marfrig, "tem uma posição de liquidez bastante confortável" e "condição de absorver com tranquilidade" as dívidas no curto prazo.
O executivo afirmou que não vê necessidade no momento de nenhuma emissão de debêntures nem de ações, mas indicou que essa possibilidade não está totalmente descartada. Ele atestou, porém, que "vão discutir" a possibilidade de "melhorar o custo e o perfil da dívida" com seus credores, que são majoritariamente instituições financeiras brasileiras, e tentar capturar recursos mais baratos.
Atualmente, o caixa da JBS é praticamente igual à sua dívida contratada no curto prazo, que representa 25% de todo o endividamento da companhia.
Segundo Batista, a decisão da aquisição foi tomada principalmente por causa da geração de caixa do frigorífico. No primeiro trimestre, a geração de caixa operacional da JBS foi de R$ 58,6 milhões, enquanto sua controladora, JBS Brasil, finalizou o trimestre com R$ 209,8 milhões.
O executivo do frigorífico ressalta ainda que também pesou na decisão a marca Seara Brasil, seus ativos e "o cenário de mercado otimista".
A perspectiva da JBS é que a nova marca acrescente R$ 10 bilhões a seu faturamento anual, que deve se aproximar de RS$ 100 bilhões. O grupo obteve, no ano passado, uma receita de cerca de R$ 75 bilhões.
Segundo Batista, a companhia "não tem plano de fechar fábricas, pelo contrário". Ele ressaltou que a Seara Brasil tem espaço para aumentar a capacidade de processamento, atualmente em 60%.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que detém 23% de participação acionária na JBS, não entrará com aporte de recursos, conforme assinalado pelo frigorífico durante o anúncio e confirmado pelo próprio banco.
Dívidas em dólar
Apesar da situação financeira mais favorável da JBS, o analista financeiro Miguel Daoud afirmou ao DCI que a perspectiva de retirada da política de afrouxamento monetário por parte do Federal Reserve (banco central norte-americano) não favorece o saneamento das dívidas em dólares, que deverão ficar mais caras com a tendência de desvalorização do real ante a moeda norte-americana.
Atualmente, a dívida da Seara Brasil está contratada 65% em dólares e 35% em reais. Segundo CEO da Seara Foods e futuro CEO do grupo, Sérgio Rial, as exportações da empresa, que representam 50% de suas vendas, compensam essa dependência da dívida em dólares.
Para Daoud, "se houver uma mudança muito grande nos valores relativos de moeda, que vai acontecer com a retirada de estímulos monetários, [as empresas] vão ter que administrar e se proteger bem". Uma saída pode ser a realização de operações de hedge, mas Daoud afirma que essas operações não podem tardar, já que a perspectiva é que fiquem cada vez mais caros. "O momento correto é agora e ainda há vantagem em compensação financeira", avaliou.
Para a Marfrig, a venda dos ativos da Seara Brasil representa uma redução de mais de 60% de sua dívida, que fica praticamente zerada com os bancos e concentrada basicamente no mercado de capitais. A Marfrig encerrou o primeiro trimestre com uma dívida bruta de R$ 12,997 bilhões e alavancagem de 4,4.
Rial, da Seara Foods, comentou que a transação "está de acordo com o que avisamos ao mercado na divulgação dos resultados do primeiro trimestre", quando anunciaram a intenção de reduzir o endividamento bruto em até R$ 2 bilhões até o fim do ano.
Veículo: DCI
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