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14/02/2013 10:46 - Cotação da carne de suíno em alta

Exportações aumentaram e a oferta do animal vivo caiu em Minas Gerais no começo do mês de fevereiro.


O aumento das exportações em janeiro, aliado à menor oferta, fez com que os preços pagos pelo quilo do suíno vivo se mantivessem bem superiores aos registrados na média de janeiro e dos primeiros dias de fevereiro. Em Minas Gerais, o quilo do suíno vivo foi negociado a R$ 3,80 na primeira semana de fevereiro, valor 35,7% superior ao praticado em igual período do ano passado.

A alta nos valores pagos pelo quilo do suíno vivo em Minas Gerais está atrelada à menor oferta do produto. Após registrar meses de prejuízos o quilo do animal chegou ao preço recorde de R$ 4 em dezembro, o que estimulou a comercialização de animais abaixo do peso ideal. O receio de ocorrer quedas significativas ao longo do primeiro bimestre, o que geralmente acontece, foi o principal fator que estimulou a negociação antecipada dos suínos.

Com a menor oferta em janeiro, o aumento dos embarques e o consumo ainda em alta os preços se mantiveram em patamares lucrativos. De acordo com dados da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), em janeiro, o preço médio registrado no Estado foi de R$ 3,90 por quilo do animal vivo. Na terceira semana do mês o valor chegou novamente a R$ 4 por quilo do suíno vivo. No mesmo período do ano anterior, a cotação do suíno era de R$ 3.

Nos primeiros dias de fevereiro, a cotação do produto ficou em R$ 3,80, valor 35,7% superior ao praticado em igual mês de 2012, quando o volume era negociado a R$ 2,80.

Motivos - De acordo com os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), além do abate de animais mais leves em dezembro, a sustentação dos preços acima dos R$ 3 se deve também ao maior volume de carne exportada.

Segundo dados divulgados pelo Cepea, com base no levantamento da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em janeiro foram exportadas 34,6 mil toneladas de carne suína in natura, quantidade 7,1% superior à de dezembro de 2012 e 12,7% maior que a de janeiro de 2012.

De acordo com os pesquisadores, considerando-se apenas os meses de janeiro da série histórica que se iniciou em 2004, o volume embarcado no primeiro mês de 2013 é semelhante ao exportado no mesmo período de 2005, até então, o maior para o período.

Em Minas Gerais, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), as exportações de carne suína somaram 12,9 mil toneladas em janeiro, frente a 8,8 mil toneladas embarcadas em igual mês de 2012, variação positiva de 46,5%. O faturamento gerado com as negociações com o mercado externo somou US$ 2,6 milhões, alta de 26%.

Para os pesquisadores do Cepea, os dados de exportação atrelados à menor oferta de animais prontos para abate contribuíram para a elevação dos preços em janeiro. Além de Minas, também foi registrada variação positiva nas demais regiões produtoras do país.

Neste início de fevereiro, no entanto, segundo dados do Cepea, as cotações do animal vivo e da carne vêm recuando, como conseqüência, principalmente, das vendas fracas ao consumidor final. De janeiro para fevereiro, o quilo do suíno vivo ficou R$ 0,10 mais barato em Minas Gerais.

Em relação à oferta de animais, os pesquisadores do Cepea observaram que os suínos não estão tão leves como em semanas anteriores, o que proporciona um maior ajuste entre a oferta e a demanda de frigoríficos.

Para o mês de fevereiro, segundo a consultoria Safras & Mercado, a perspectiva é de que os preços fiquem estabilizados. Este cenário será possível se a oferta de animais permanecer ajustada, tendo em vista que neste mês a demanda também tende a ser menos aquecida. Para março, os preços podem se acomodar rapidamente com a entrada da safra de milho e soja.



Valor já começa a ceder em alguns locais


O mercado brasileiro de carne suína perdeu força nos primeiros dias de fevereiro e os preços acabaram cedendo em algumas praças do Centro-Sul do Brasil. De acordo com a analista da consultoria Safras & Mercado Andreia Mariani, o cenário registrado pelo mercado ficou dentro da normalidade. "Havia uma perspectiva de um quadro mais promissor ao mercado nesta semana, por conta do recebimento da massa salarial, que sempre possibilita um repique de demanda. Entretanto, o fato dos preços do boi terem recuado também acabou refletindo nos preços da carne suína, já que ela é um produto substituto da carne bovina", explica.

Segundo Mariani, após um mês de janeiro atípico, em que a demanda ajustada frente à oferta possibilitou a alta de preços, a tendência para o curto prazo é de novos recuos na cotação da carne suína, por conta do consumo mais retraído. "O carnaval é outro fator que acaba atrapalhando a demanda por carnes em geral. Assim, não será estranho se o preço do quilo vivo recuar entre R$ 0,05 e R$ 0,10 até o fim da próxima semana", analisa.

Na exportação, os resultados obtidos com a carne suína in natura ficaram abaixo do esperado, fechando em 34,6 mil toneladas. "Com a carne industrializada também sendo contabilizada, o que ainda não ocorreu, os embarques em janeiro devem fechar em torno de 40 mil toneladas, com um crescimento ante as 36,2 mil toneladas embarcadas em janeiro de 2012", projeta.

Regiões - A análise de preços de Safras & Mercado indicou que a arroba suína foi cotada em São Paulo a R$ 68, ante os R$ 71,50 praticados na semana passada. No Rio Grande do Sul, o preço seguiu em R$ 2,70 na integração e em R$ 3,05 no interior. Em Santa Catarina o quilo vivo permaneceu em R$ 2,80 na integração, mas caiu dez centavos no interior, chegando ao patamar de R$ 3,10. No Paraná, o quilo vivo foi vendido a R$ 3,30 no mercado independente, queda de dez centavos ante a semana passada, enquanto na integração o quilo vivo seguiu em R$ 2,80.

No interior de Minas Gerais, o quilo caiu dez centavos e chegou R$ 3,70. Em Mato Grosso do Sul o quilo vivo seguiu em R$ 2,50 na integração. Em Goiás o quilo vivo continuou em R$ 3,90. Em Mato Grosso o quilo vivo seguiu a R$ 2,80, na integração. O preço médio do quilo vivo no Centro-Sul teve queda de 1,99% nesta semana, passando de R$ 3,21 para R$ 3,15.



Veículo: Diário do Comércio - MG

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