Previsão de crescer até 3% reflete cautela com a indefinição de preços


O ano de 2013 será de cautela para o setor avícola gaúcho, com a previsão de crescimento de 1% a 3% em produção e com incremento de 2% a 3% nas exportações, seguindo a tendência do mercado brasileiro. A previsão foi divulgada ontem, durante balanço apresentado pela diretoria da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). A expectativa se baseia, principalmente, no andamento do mercado de grãos, o qual ainda se encontra indefinido.

“Vamos manter o pé atrás, pois não sabemos ainda como os preços dos grãos vão se comportar frente à estiagem nos Estados Unidos e às previsões climáticas do País, ainda em aberto”, informou o presidente da Asgav, Nestor Freiberger. Segundo ele, as despesas dos produtores com soja e milho representam 40% da composição dos custos de produção. As turbulências do mercado internacional foram apontadas como causa da cautela referente ao volume a ser exportado no ano que se inicia.

Durante o balanço, o diretor-executivo da Asgav, Eduardo dos Santos, informou que a produção de carne de frango no Estado foi de 1,52 milhão de toneladas, em 2012, volume que representa queda de 6,71% na comparação com 2011.  A avicultura brasileira também registrou queda de 3,7%, caindo de 13 milhões de toneladas em 2011 para 12,6 milhões de toneladas no ano que passou. “Esse recuo se deve principalmente à disparada nos preços dos insumos para alimentação animal, como soja e milho”, disse o dirigente. Já as exportações de carne de frango (inteiros e cortes) tiveram redução de 2,32%, sendo negociadas 726,2 mil toneladas contra 743,5 mil no ano anterior. Já o faturamento teve queda de 7,94%: em 2011 chegou a US$ 1,55 bilhão e em 2012, US$ 1,42 bilhão. Segundo Freiberger, o mercado-alvo do setor em 2013 continuará sendo a China, país que conta com 24 plantas brasileiras habilitadas, sendo duas oriundas do Estado. “Ainda há outras 12 a serem habilitadas, em um mercado com demanda permanente”, avaliou o presidente. O Rio Grande do Sul está hoje em terceiro lugar no ranking de exportadores do País, com uma fatia de 18,5%. Os envios para a Índia e África também estão na mira do setor.

Em número de abates, no Estado foram 774,2 milhões de aves em 2012, com uma média mensal de 64 milhões, o que representa um recuo de 7,16% em relação a 2011. O saldo negativo se deve principalmente ao “efeito Doux”, como afirmou o presidente. “O Estado se ressentiu com a redução dos abates a zero de algumas integradoras, que pela falta de remuneração pararam de produzir. Além disso, tivemos em 2012 um período de estiagem sobre milho e soja, cujos preços subiram até 80%.”

A comercialização no mercado interno registrou incremento de 4,8%, em comparação com 2011, totalizando 218,6 mil toneladas. Essa retomada foi atribuída à implantação da substituição tributária, em vigor desde setembro do ano passado. “É uma vantagem, pois garante isonomia fiscal com os demais estados da União, dando melhores condições de competitividade ao setor avícola gaúcho”, garantiu Freiberger. 



Veículo: Jornal do Comércio - RS