Carnes / Peixes
03/12/2008 12:14 - Despenca prêmio do boi certificado para a UE
A menor demanda da Europa por carne bovina brasileira, já reflexo da crise financeira internacional e de fatores sazonais, fez os frigoríficos exportadores derrubarem o valor do ágio pago pela arroba do boi rastreado. De acordo com Ricardo Merola, presidente da Assocon (associação que reúne 50 confinadores em seis Estados), no máximo, as empresas têm pago 3% sobre a arroba do boi gordo, o que hoje em Goiás, por exemplo, significaria R$ 2,50. Mas há casos de frigoríficos que não estão pagando nenhum prêmio pelo animal certificado para abate e exportação da carne à União Européia.
"Tem gente que não paga nada", afirmou. "É quase impossível com esse prêmio [investir na certificação]", observou Merola em entrevista para falar das perspectivas em 2009 para o confinamento. Juan Lebrón, diretor da Assocon, considera que o pecuarista ficou "sem estímulo para investir em rastreabilidade". Assim, segundo a associação, o número de fazendas no país certificadas para fornecer animais para abate e venda da carne à UE - hoje cerca de 600 - pode diminuir. A razão é que, com o prêmio baixo ou inexistente, alguns produtores podem desistir no caso de as auditorias periódicas do Ministério da Agricultura indicarem inconformidades.
Em abril deste ano - quando apenas 96 fazendas eram certificadas - , empresas chegaram a pagar entre 10% e 17% de prêmio pela arroba. O número de propriedades cresceu, o mercado foi se adequando e o ágio caiu para uma média entre 7% e 10%.
De acordo com o diretor-comercial do Independência, André Skirmunt, esse era o quadro até quatro semanas atrás. Agora, no caso do Independência, o prêmio varia entre 3% e 5%, segundo ele. "O preço [para a Europa] caiu com a demanda menor e isso foi revertido para a matéria-prima", disse Skirmunt, para explicar o recuo dos prêmios.
Uma fonte do setor disse que os frigoríficos têm pago bônus entre R$ 5,00 e R$ 10,00 por arroba para o animal certificado. Outro executivo de frigorífico que exporta para a UE reconheceu que há empresas que deixaram de pagar o prêmio, mas disse que a situação é sazonal e "com certeza, em janeiro, vão voltar a pagar". Segundo ele, nesta época do ano a "Europa não compra nada", por isso os preços recuam e com eles os prêmios. Na avaliação desse executivo, um ágio de 3% está abaixo da realidade, assim como o de 15%. Ele considera adequado um percentual entre 5% e 10%.
Mesmo com o cenário incerto para o prêmio, o pecuarista João Paulo Canto Porto não pretende desistir da certificação de sua propriedade em Jussara (GO), onde confina 4 mil bois. "O investimento é grande. Se desistir, perco três de trabalho", disse o criador cuja fazenda está sendo auditada pelo Ministério da Agricultura para fornecer animais para abate e exportação à UE.
Veículo: Valor Econômico

Veja mais >>>
18/08/2023 11:21 - Consumo de pescado cresce 65% no Brasil desde 200402/06/2023 10:38 - Os maiores fornecedores de pescados reunidos em um único local
11/05/2023 16:57 - Amplie a variedade de peixaria no seu supermercado
10/03/2023 10:57 - O autêntico Noruega – sabor premium único e alto rendimento
12/12/2022 11:31 - Produção de proteína animal cresce no 3º trimestre
23/11/2022 11:33 - Bacalhau da Noruega, a melhor receita para o fim de ano
17/10/2022 11:15 - Consumo aquecido de tilápia agrega valor aos mercados nacional e internacional
03/10/2022 17:00 - Um oceano de produtos para o seu supermercado
12/09/2022 11:39 - América Latina tem feira de negócios focada no setor do pescado
09/09/2022 12:00 - Bacalhau da Noruega, uma opção saudável para uma alimentação equilibrada
01/09/2022 12:20 - Semana do Pescado incentiva temporada de consumo no segundo semestre
22/08/2022 16:28 - Confirmada para setembro a 19ª Semana do Pescado
10/08/2022 11:46 - Bacalhau da Noruega – saúde e sabor em um alimento 100% natural
27/06/2022 10:15 - Por que você deve aumentar os estoques de carne de porco na sua loja?
20/06/2022 11:29 - Vem aí o plant-based em pó