Carnes / Peixes
30/03/2012 10:02 - Abate de suínos tem alta de 9,2%
Maior variedade de cortes e melhoria da qualidade das carnes estimulam o consumo de suínos
O aumento do consumo de carne suína em Minas, ao longo de 2011, impulsionou o abate de animais no Estado. De acordo com os dados da Pesquisa Trimestral de Abate, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o produto foi o que apresentou a maior evolução no resultado anual, com aumento de 9,2% no número de abates. O resultado positivo não foi observado nos abates de frangos e bovinos. Nestes casos, foram registradas quedas de 2,2% e 12,3%, respectivamente.
Segundo o engenheiro-agrônomo e gerente de Pecuária do IBGE, Octávio Costa de Oliveira, o resultado observado no aumento dos abates de suínos se deve às ações do Programa Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS). Através dele, suinocultores, indústrias e pontos de vendas, além de ampliarem a variedade de cortes disponíveis, têm investido em publicidade e na qualidade final das carnes.
"A maior variedade de cortes e o aumento da qualidade das carnes suínas têm estimulado o consumo desta carne frente às demais. Outro fator que impulsiona a atividade são os preços mais competitivos do produto em relação, principalmente, à carne bvina", diz.
De acordo com os dados do IBGE, no quarto trimestre de 2011 foram abatidas em Minas 1,107 milhão de cabeças de suínos. O volume foi 5,6% inferior ao do terceiro trimestre do mesmo ano e 12,65% superior ao do último trimestre de 2010. No acumulado do ano, o abate de suínos total no Estado foi de 4,127 milhões de cabeças, ficando 9,2% maior que o efetuado em 2010.
"No quarto trimestre, o volume abatido inferior ao terceiro trimestre se deve aos frigoríficos terem antecipado a formação de estoque, ao longo do julho, agosto e setembro, para suprir a demanda de fim de ano, que é impulsionada pelas festas. Em relação ao quarto trimestre de 2010, além da intensificação das ações do PNDS para incentivar o consumo, os preços pagos pela carne suína ficaram mais competitivos, alavancando a comercialização em relação a 2010", observa Oliveira.
Outro ponto importante apontado no levantamento do IBGE é o aumento expressivo no peso das carcaças de suínos. Enquanto o número de cabeças abatidas aumentou 12,5% no quarto trimestre de 2011, o peso evoluiu 29,6%. O incremento é justificado pela maior preocupação dos suinocultores em relação ao manejo das granjas, o que reflete em ganho de peso.
Ao contrário do aumento registrado nos abates de suínos, o volume de cabeças abatidas de bovinos ao longo de 2011 caiu 12,26%, alcançando 2,099 milhões de cabeças. Somente no quarto trimestre, foram abatidas em Minas 514,5 mil cabeças, o que representou queda de 4,9% em relação a igual trimestre de 2010 e de 5,6% em relação ao terceiro trimestre de 2011.
A redução se deve à menor oferta de boi gordo no mercado. De acordo com Oliveira, a valorização dos bovinos de recomposição tem influenciado o aumento dos custos do boi gordo, que repassado ao consumidor diminui a demanda, uma vez que as demais carnes estão com preços mais competitivos no mercado final.
"A redução da oferta de novilhos de recomposição alavancou os preços da cadeia e os valores voltados para o consumidor. Com isso, houve migração do consumo para as carnes mais acessíveis. Desde a crise de 2008, quando houve aumento do abate de matrizes, a oferta de animais de recomposição ficou menor, o que impacta tanto o número de animais destinados ao abate, que ficou menor, como a ampliação dos preços finais para os consumidores", diz.
A retração nos resultados de 2011 também foi observada no volume de abates de frangos, que ficou 2,2% inferior a 2010, com 363,4 milhões de cabeças abatidas. Os dados do IBGE mostram que somente entre outubro e dezembro do ano passado foram abatidos 99,4 milhões de frangos, alta de 4,2% em relação ao volume observado em igual intervalo de 2010.
Na comparação com o trimestre anterior, houve alta expressiva de 25,6%. O incremento se deve à demanda aquecida pelas festas de fim de ano e pelos preços mais competitivos em relação à carne bovina.
Veículo: Diário do Comércio - MG
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