Carnes / Peixes
21/09/2011 07:41 - IMA reforça fiscalização de trânsito de animais
Gado proveniente do Mato do Grosso do Sul terá atenção redobrada.
A notificação do Paraguai à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) em relação à identificação de foco de febre aftosa em bovinos no Estado de San Pedro, na região central do país vizinho, deixou as autoridades sanitárias do Brasil e de Minas Gerais em alerta. No Estado, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) está reforçando a fiscalização sobre o trânsito de animais e cargas de produtos e subprodutos de origem animal em toda a área de fronteira com outros estados.
Os cuidados em relação aos animais provenientes do Mato Grosso do Sul estão redobrados e será feito levantamento do trânsito de animais, proveniente do Estado vizinho, nos últimos 60 dias. O trabalho é preventivo e tem como objetivo mapear as fazendas onde estão os rebanhos.
"Vamos dar um passo à frente identificando os animais oriundos do Mato Grosso do Sul. Isto é importante para adiantarmos a possibilidade de escapamento de animais do Paraguai para o Estado vizinho e depois para Minas. A possibilidade da manifestação da aftosa em Minas Gerais é muito remota, mas vamos tomar todas as medidas para que, caso ocorra a identificação de foco, tenhamos todas as informações possíveis para combater a aftosa", disse o gerente de defesa sanitária animal do IMA, Sérgio Luiz Lima Monteiro.
De acordo com as informações do governo paraguaio, os sinais clínicos da aftosa foram identificados em 13 bovinos de um lote de 110 animais, todos com menos de 24 meses. O rebanho está no Estado de San Pedro, na localidade denominada Sargento Loma, que fica a cerca de 235 quilômetros de Guaíra, no Paraná, e a 126 quilômetros da divisa com o Mato Grosso do Sul. O vírus encontrado e notificado à OIE é do tipo O, mais comum na América do Sul.
Barreiras - Como medida preventiva, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), intensificou ações de vigilância e prevenção na fronteira com o Paraguai. Entre as medidas adotadas estão o aumento do contingente de fiscais federais agropecuários na divisa, a colocação de barreiras volantes na região, mapeamento de propriedades de maior risco dentro do Brasil e ações conjuntas com os estados e o Ministério da Defesa. Minas Gerais possui 16 barreiras fixas e 20 equipes móveis.
Em nota divulgada à imprensa o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, se colocou à disposição do Paraguai para auxiliar no combate à aftosa.
"Por ser a meta do governo brasileiro a erradicação da febre aftosa em todo o continente, nos colocamos à disposição do Paraguai para ajudar nas medidas de erradicação imediata do vírus e buscaremos, em conjunto com o país vizinho", disse.
O ministério atua com intensidade, principalmente nas regiões Norte e Nordeste, para que todo o território nacional seja reconhecido como livre de febre aftosa com vacinação pela OIE até 2013.
De acordo com Monteiro, diante da identificação da doença no Paraguai, oitavo maior exportador mundial de carne bovina, o ingresso de animais vivos e produtos in natura foi proibido no Brasil. A categoria de processados não sofreu restrições. Além dos bovinos, também estão inclusos na lista de proibição os bubalinos, ovinos, caprinos e suínos.
Importação - No país, a medida afeta principalmente as compras de carne bovina e suína, os dois tipos que o Brasil mais importa do Paraguai. Apenas de carne bovina, o Brasil adquiriu 6,7 mil toneladas em 2010, num valor que soma US$ 34,6 milhões. Até julho deste ano, 5,5 mil toneladas de carne bovina foram importadas do país vizinho, totalizando US$ 29,1 milhões.
"A identificação de animais com aftosa impacta em toda a economia do país, atingindo desde o produtor até a indústria, que tem as vendas restringidas. Em Minas Gerais os bovinocultores estão conscientizados em relação à importância da utilização correta das vacinas", disse Monteiro.
A primeira etapa do calendário nacional de vacinação contra aftosa no Estado apresentou resultados positivos. Segundo o IMA, foram vacinados 98% do rebanho de 22,6 milhões de animais entre bovinos e búfalos, distribuídos em mais de 430 mil propriedades. Em 2010, o índice de cobertura vacinal chegou próximo dos 97,5%.
A segunda etapa da campanha está prevista para começar no dia 1º de novembro e cobrirá apenas animais com menos de 24 meses, totalizando 9,5 milhões de cabeças.
Veículo: Diário do Comércio - MG
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