No 1º trimestre deste ano, o abate na avicultura no Brasil registrou recorde.

Os altos preços da carne bovina estão ajudando a aumentar a demanda por carne de frango no país. No primeiro trimestre, o abate de frangos no Brasil foi recorde, atingindo 1,306 bilhão de cabeças, um aumento de 3,4% na comparação com o trimestre anterior, segundo a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, Produção de Leite, Couro e Ovos de Galinha, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já o abate de bovinos foi de 7,097 milhões de cabeças no primeiro trimestre, uma queda de 1,4% em relação ao quarto trimestre de 2010. Segundo o gerente de Pecuária do IBGE, Octávio Oliveira, é consistente a hipótese de que o consumidor esteja migrando da carne bovina para a carne de frango por conta dos preços elevados.

"O preço elevado da carne o aumento do abate de frango estão caminhando juntos, então, embora não apareça diretamente na pesquisa, é uma relação que estamos fazendo", explicou Oliveira.

Outro indício de que o fenômeno esteja acontecendo são os dados da Secretaria de Comércio Exterior, que mostram uma queda de 1,6% na exportação de frangos no primeiro trimestre do ano, frente ao quarto trimestre de 2010. "Se diminuiu a exportação e aumentou o abate, ou esse frango vai para o estoque ou para o consumo interno. Então nós consideramos como um indício de que o frango esteja sendo mais consumido no país", disse o gerente do IBGE.

Carcaças - O peso das carcaças de frango também foi 2,5% superior ao registrado no quarto trimestre. No entanto, o peso das carcaças de bovinos foi 2,6% menor na mesma comparação, porque os animais abatidos eram mais leves. De acordo com o IBGE, a persistência de uma forte estiagem nas principais regiões produtoras afetou as pastagens e pode ter contribuído para a redução do peso e da oferta de animais.

Segundo o levantamento, a aquisição de couro inteiro de bovinos foi de 8,810 milhões de peças, um aumento de 4,7% na comparação com o quarto trimestre de 2010, enquanto foram adquiridos 5,485 bilhões de litros de leite, uma queda de 2,1%. A região Sudeste concentrou 40,5% da aquisição de leite cru.

"Houve um aumento considerável na produção de leite não só pela demanda, mas também pelo preço, que está bastante razoável", explicou Oliveira, ressaltando que Minas Gerais lidera as aquisições no país. "O parque industrial do setor em Minas é maior do que o de São Paulo e Goiás juntos". Os produtores brasileiros abateram ainda 8,160 milhões de unidades de suínos no trimestre e produziram 610,803 milhões de dúzias de ovos de galinha.

Veículo: Diário do Comércio - MG