Carnes / Peixes
12/04/2011 09:35 - Depois de suíno, mais frango na pauta com a China
Liberação da exportação de carne de porco pode ser seguida de expansão da lista de frigoríficos habilitados a embarcar a carne de ave, com maior potencial de mercado
Depois da abertura do mercado chinês para a carne suína brasileira, anunciada ontem, a missão da presidente Dilma Rousseff à China pode mais que dobrar o potencial de exportação de carne de frango para o país asiático. Desde a visita do então presidente Luís Inácio Lula da Silva a Pequim, em 2009, 24 indústrias brasileiras estão habilitadas a exportar frango para o país asiático. Mas até o fim desta semana, outras 35 unidades podemser liberadas pelo governo chinês, segundo o presidente executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), Francisco Turra.
A aprovação dessas 35 unidades, ou da maior parte delas, tornaria possível até dobrar as exportações brasileiras de frango para a China, de acordo com Turra. No ano passado, o Brasil embarcou 130 mil toneladas do produto para o país. “A China importa basicamente garras e asas de frango, por isso precisa autorizar a importação de um grande número de frigoríficos para garantir esses itens”, diz.
Embora a grande notícia de ontem tenha sido a liberação de três fábricas (Brasil Foods,Aurora e Cotrijuí) para exportar carne suína ao país asiático, o frango brasileiro encontra mais potencial no mercado chinês. Sem contar exportações via Hong Kong, o potencial anual da carne de frango seria de 400 mil toneladas, o dobro da carne de porco.
O consumo chinês de carne de frango saltou de 3 quilos para 10 quilos por habitante em apenas cinco anos. Além disso, a China impôs uma taxa anti-dumping de 105% sobre o frango dos Estados Unidos, em retaliação a medidas americanas para conter a importação de pneus chineses.
O refinamento dos hábitos alimentares dos chineses também amplia as fatias da carne bovina e de aves na dieta, segundo o diretor do China Desk da KPMG no Brasil, Daniel Lau.
Espera-se, portanto, que no longo prazo o crescimento da demanda chinesa por alimentos se converta cada vez mais na importação de carnes, e não apenas de grãos para produzir porcos e frangos internamente. Neste momento, no entanto, o baixo custo da mão de obra e a baixa carga tributária na China tornam mais viável a importação de soja e milho para a produção local das carnes, segundo Lau. “De toda a forma, o crescimento chinês exige maiores importações de todos os alimentos”, diz o especialista.
Produção local
O caminho encontrado pelo frigorífico brasileiro Marfrig para explorar o mercado chinês agora foi intensificar a produção de frango na própria China, por meio da Keystone, adquirida no ano passado. A companhia anunciou ontem a formação de duas sociedades para verticalizar suas operações no país.
Com a estatal Cofco, maior indústria alimentícia da China, o Marfrig criou uma empresa de distribuição dos produtos Keystone que investirá US$ 252 milhões nos próximos 10 anos. O grupo brasileiro ficará com 45% do negócio, que terá estrutura de transporte e armazenagem.
Já com a Chinwhiz foi criada uma empresa de US$ 57 milhões para produzir e abater até 200 mil frangos por dia. Hoje a Keystone apenas processa carne na China. “A possibilidade de produzir e, no futuro, importar na China nos dá flexibilidade com relação ao câmbio e um conhecimento único do mercado para quando as importações crescerem”, afirma o diretor de planejamento do Marfrig, Ricardo Florence.
Alta dos grãos
É consensual, no entanto, que as importações chinesas de carnes sempre serão complementares, e não substitutas, à produção local. O que não quer dizer que o Brasil tenha menos oportunidades. A China é o maior parceiro comercial do agronegócio brasileiro porque importa grandes volumes de soja para ração.
Mas os porcos chineses ainda recebem uma alimentação bem abaixo da média mundial, e estão consumindo cada vez mais grãos. “O consumo de carne cresce 5% a 6% ao ano na China, mas a demanda por soja avançou 15,9% no último ano”, diz o sócio diretor da Agroconsult, André Pessoa.
Além de ampliar o consumo, a China está elevando seus estoques de commodities para garantir o abastecimento, o que infla os preços mundiais e favorece a balança comercial brasileira. “Os níveis mundiais de estoque de soja nemestão tão baixos,mas os preços sobem porque esses estoques já estão nas mãos dos compradores”, diz Pessoa. Quanto mais a China estoca,mais os preços sobem e refletem na própria inflação chinesa. “É o cachorro correndo atrás do próprio rabo”, afirma Lau, da KPMG.
Veículo: Brasil Econômico
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