Quem deseja economizar na compra do peixe fresco para consumir na Semana Santa a dica é comprá-lo nesta semana, período em que os preços estão cerca de 20% mais baixos. O valor varia conforme a espécie e a cidade onde o produto for adquirido.

Na reta final da Páscoa a tendência é que o valor dos produtos fiquem mais salgados, devido à maior procura no período. O quilo do filé de pescada salta de R$ 24 para R$ 29, diz Anderson Jovedi, proprietário de uma peixaria em Santo André.

"Muitos fornecedores na Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) elevam os preços. Mesmo assim, a expectativa é que as vendas sejam 10% maiores nesta Páscoa", aponta Jovedi.

As espécies preferidas dos consumidores são tainha, bagre, pescada, salmão e curvina, sendo que o quilo desta variedade pode aumentar 16%, para R$ 13,80. No caso do cação, o reajuste é menos salgado, 11,9%, com o produto beirando a casa dos R$ 19.

A sócia de outra peixaria na região, Maria Aparecida da Silva, garante que se o fornecedor segurar o valor o mesmo acontecerá no estabelecimento são-bernardense. "Não temos como negociar valor antecipadamente com o fornecedor, pois depende do volume pescado. Se os barcos voltam cheios, é mais em conta."

Maria afirma que o o cação têm preço um pouco mais alto nesta época. O valor cobrado pelo quilo do alimento vai de R$ 14,80 para R$ 16, equivalente a inflação de 5%. O filé de pescada fica 5,8% mais caro, sendo vendido por R$ 16.

"O consumo de peixe tem crescimento ano após ano, o que nos leva a projetar expansão média de 30% nas vendas durante a Semana Santa. Nem supermercados ou feiras abalam nosso faturamento", relata com orgulho a sócia da peixaria.

CONSERVAÇÃO - Segundo a nutricionista Silmara Lecheti Teruel, é possível manter o produto no freezer por até 30 dias após a compra. "O ideal é guardá-lo limpo e pode ser temperado ou não."

O importante é colocar o alimento no congelador assim que chegar em casa, não deixando-o em temperatura ambiente ou apenas na geladeira. Para evitar a contaminação por bactérias, descongele o pescado dentro da geladeira e prepare-o no mesmo dia.

Silmara destaca que peixes, moluscos e crustáceos são fáceis de serem contaminados. Esse tipo de carne branca é a que tem menor teor de gordura quando comparada à vermelha.

As gorduras encontradas nos pescados são importantes, pois são ricas em Ômega 3 e recomendadas no combate às doenças cardíacas e na redução do mau colesterol.

Saiba como escolher o melhor pescado para a refeição

O consumo de pescado no País deverá avançar 15% na Quaresma, segundo o MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura). Esta é a época do ano em que o brasileiro mais consome peixe.

Para comprar produto de boa qualidade é preciso estar atento a detalhes como as guelras, que devem estar brilhantes, úmidas e com cor entre o rosa e o vermelho intenso, além da aparência firme das escamas do animal.

No supermercado adquira o pescado congelado ou refrigerado apenas ao fim das compras, evitando que ele fique muito tempo fora da temperatura recomendada pelo fabricante. Não deixe de verificar se o estabelecimento é limpo e organizado e a higiene dos atendentes.

PRODUTOS CONGELADOS

Preste atenção se há poças de água no freezer e a presença de produtos molhados. Esses fatores podem indicar que o aparelho foi desligado ou teve a sua temperatura reduzida o que compromete a qualidade do produto.

Os congelados devem ser conservados sempre a temperaturas inferiores a -18ºC e resfriados abaixo de 0ºC. Peixes fatiados e industrializados só devem ser comprados se estiverem carimbados com o selo do SIF (Serviço de Inspeção Federal).

Pescados secos devem estar armazenados em local limpo, protegido de poeira e insetos. Observe se existe mofo, ovos, ou larvas de moscas, manchas escuras ou odor desagradável.

Supermercados estão otimistas com vendas

Com as negociações praticamente finalizadas para o período pascal, os varejistas projetam alta de até 80% nas vendas de peixes e bacalhau. O carro-chefe da temporada, em uma rede regional, será o file de pescada. Os valores estão em média 5% mais elevados neste ano.

"Importamos filé de merluza do Alasca que é processado na China. Os preços praticados na Argentina estão muito altos", diz o gerente de perecíveis congelados, Gilberto Costa. A expectativa é que as vendas sejam 10% acima do ano passado.

Na concorrente norte-americana, a comercialização de bacalhau deverá aumentar 80% . Foram importados 1 milhão de quilos nas versões Porto Imperial, Saith, Ling e Zarbo. Outro grupo brasileiro calcula resultado 20% maior na venda de bacalhau.

Veículo: Diário do Grande ABC