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14/12/2010 10:58 - Exportação de carne bovina vai somar US$ 5,5 bi em 2011

O setor pecuarista prevê alcançar um faturamento de US$ 5,5 bilhões em 2011 com as exportações de carne bovina, derrubando a marca histórica de US$ 5,3 bilhões obtida em 2008. Já em relação o volume, espera-se uma quantia igual ou inferior ao exportado este ano. As informações são da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).

 

Apesar das reduções no volume de carne bovina vendida ao exterior este ano, a expectativa também é fechar 2010 com um crescimento superior a 18% em faturamento saltando de US$ 4,1 bilhões obtidos em 2009, para US$ 4,9 bilhões. A quantidade de equivalente carcaça exportada deve cair 2%, afirmou o presidente da Abiec, Antonio Jorge Camardelli. "A quantidade não é relevante se a receita é maior. E prevemos um faturamento ainda melhor em 2011", disse.

 

Em 2009, o País exportou algo em torno de 1,9 milhão de toneladas, contra os 1,6 milhão esperado para este ano. De janeiro a novembro deste ano o volume equivalente carcaça de carne bovina atingiu 1,593 milhão, contra 1,618 milhão de 2009. Camardelli atribui essa queda aos resultados obtidos em novembro deste ano. "Os resultados estavam muito próximos até chegar o mês de novembro e os quase seis dias de recesso por conta dos feriados. Em novembro de 2009 exportamos 145 mil toneladas, e este ano 98 mil", contou ele.

 

Na divisão de regiões que mais importaram carne bovina brasileira está o Oriente Médio com mais de 25%, a Rússia que, apesar da redução no volume importado, ainda representa 23,9%, seguida pela União Europeia, com 10,2%, e a África, com 14%. O presidente comentou sobre os países alvos para ampliação de comércio para a carne brasileira, como a China que importa quase 400 mil toneladas por ano, sendo que o Brasil contribui apenas com 1.500 toneladas. "Temos que trabalhar mais esses mercados, que são grandes importadores mundiais. Então, o nosso plano é ampliar a nossa participação na exportação da carne bovina em países como a China, com o qual já temos mercado aberto, mas exportamos quantidade muito pequena", garantiu Camardelli.

 

Outros alvos são: a Angola, responsável por importar 3,5 mil toneladas do Brasil, das 72 mil toneladas de carne bovina que importa do mundo. Marrocos importa 10 mil toneladas no mundo e 25 toneladas do Brasil. E por fim Cuba que compra mais de 35 mil toneladas por ano de carne bovina, sendo que deste total apenas 1,9 mil toneladas são brasileiras. Além disso, Camardelli afirmou que a carne resfriada será o foco das vendas brasileiras para estes países. "A nossa intenção é aumentar cada vez mais a participação da carne resfriada porque ela tem um ciclo operacional mais ágil na fábrica".

 

Caso Europa

 

O presidente da associação lembrou que o Brasil vai pedir abertura de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) em protesto contra a União Europeia, que impede o país de cumprir com o volume de 10 mil toneladas em exportação de carne bovina conforme um regime especial de exportação de cortes mais nobres para a Europa, a cota Hilton. "Já realizamos todos os estudos necessários para que o governo brasileiro abra este painel contra o protecionismo comercial imposto pela União Europeia. Mas antes de enviar o resultado dos estudos para eles, vamos realizar uma assembleia para discutir o assunto. Acredito que em 2011 mandaremos o pedido."

 

Camardelli contou que as restrições impostas pela União Europeia ao Brasil para qualificar as carnes importadas são diferentes de outros países. "A UE exige que o boi só seja alimentado de pasto. Mas se fizermos isso não atingimos a qualidade imposta para a carcaça. Outra restrição é que o boi tem que ser rastreado desde a desmama", contou.

 

Tanto Austrália quanto os EUA que exportam carne bovina para a UE, possuem grande parte da produção de gado confinado, além de rastrear os animais com 90 dias para o abate. "Não entendemos essa diferença. Porque eles aceitam o gado americano? Isso é inviável para nós." Do total da cota o Brasil exportou somente 10% este ano.

 

Veículo: DCI

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