O preço médio do frango vivo em Minas Gerais apresentou aumento de até 6,75% entre julho e a primeira quinzena de agosto. Os preços do frango vivo nas granjas estão em torno de R$ 1,70 o quilo. A tendência para as próximas semanas é de manutenção dos valores. Isso devido à grande oferta de carnes (aves, suína e bovina) no mercado interno. O preço do frango nos supermercados vem se mantendo estável desde o primeiro trimestre, girando em torno de R$ 2,60 o quilo.

Mesmo apresentando alta, o valor do frango ainda não atingiu as expectativas dos representantes do setor, que acreditavam na maior valorização do produto devido à proibição da produção e venda de frangos temperados e congelados. O incremento esperado era de 50% nos valores de comercialização a partir de junho.

"Os preços do frango estão contrariando nossas expectativas, que eram de redução da oferta no mercado interno, o que promoveria o aumento nos preços. A estimativa é que preços do quilo do frango cheguem a R$ 3, valor suficiente para cobrir custos do produtor, que giram em torno de R$ 1,60, e gerar lucro. Acreditamos que somente com a retomadas dos níveis de exportação das carnes em geral e dos ovos é que vamos conseguir alavancar os preços do frango no mercado interno", disse a superintendente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Marília Martha Ferreira.

Impactos - Os impactos da proibição da venda do frango temperado serão favoráveis tanto para o setor como para o consumidor. O líqüido utilizado pelos abatedouros para temperar a carne representa cerca de 25% do peso final da ave temperada, o que além de favorecer a redução dos custos, reflete nos preços finais ao consumidor. Enquanto isso, o frango sem tempero perde competitividade por ser mais caro.

"A suspensão das vendas é um fator importante para o desenvolvimento da cadeia produtiva. Os preços finais do frango temperado são mais competitivos porém o consumidor é lesado por pagar por uma quantia maior de líqüidos ao invés de carne. Acreditamos que a longo prazo a falta do produto no mercado vai equilibrar a oferta e incrementar os preços", disse Marília.

Um fator que tem deixado os produtores do Estado otimistas é a recuperação dos preços das exportações, o que é essencial para despertar o interesse das indústrias em retomarem as negociações com o mercado internacional e reduzir a oferta de carne de frango no mercado interno.

Em Minas Gerais as exportações de carne de aves apresentaram variação positiva em relação ao preço por tonelada ao longo dos primeiros sete meses. Entre janeiro e julho, a alta foi de 18,12% passando de US$ 1,22 mil a tonelada, preço vigente entre janeiro a julho de 2009, para US$ 1,44 mil por tonelada.

O volume embarcado cresceu 3,4%. Ao todo foram enviados ao exterior 83,8 mil toneladas contra as 81 mil toneladas exportadas nos primeiros sete meses de 2009. A receita gerada com os embarques no período foi de US$ 121 milhões, alta de 22,14% frente os US$ 99 milhões obtidos em igual período do ano passado.

O dólar cotado próximo a R$ 1,80 é considerado satisfatório para o segmento, porém o ideal é que o valor atingisse R$ 2. Os resultados do setor, até o final do ano, poderão ser favorecidos pelo aumento dos preços do frango e também pela redução nos custos com a alimentação das aves.

Favorável - As perspectivas no mercado internacional de carne de frango são favoráveis. Para o presidente da Câmara Técnica de Avicultura do Conselho Estadual de Política Agrícola (Cepa), Emílio Elias Mouchrek, o aumento das exportações mineiras de carne de aves é resultado principalmente do esforço das empresas do Estado em aprimorar a qualidade do produto e investir em tecnologia.

De acordo com Mouchrek, o crescimento das exportações de carne de frango mostra que os empresários de Minas estão no caminho certo.

"Um dos fatores de ampliação das exportações mineiras de carne de frango são os investimentos feitos pelas indústrias para aprimorar o processamento do produto. Com a aplicação de tecnologia os produtores conseguem ampliar a produção e reduzir os custos. Esses fatores dão grande visibilidade à carne de aves no mercado internacional e contribuem para o aumento da participação do Estado nas exportações brasileiras", avaliou.

Veículo: Diário do Comércio - MG