No 1º bimestre, foram exportadas 12,868 mil toneladas, contra 12,221 mil/t no mesmo período de 2009.

O faturameto da avicultura mineira está registrando crescimento mensal próximo a 4%, na comparação com janeiro e fevereiro do ano anterior. A alta é atribuída à recuperação da demanda internacinal pelo produto e a valorização da carne, o que reduziu a oferta no mercado interno. Durante o primeiro bimestre, os valores das exportações de frangos inteiros subiram cerca de 52%, na comparação com igual período do ano anterior. A produção no setor deve crescer cerca de 4% em 2010.

O segmento deverá apresentar resultados mais favoráveis a partir de abril. O incremento está baseado na proibição da produção de frangos temperados nos abatedouros a partir de hoje. Com a medida, a expectativa é que a oferta do produto apresente retração no mercado interno, o que promoverá o aumento nos preços.

De acordo com o presidente da Associação dos Avicultores de Minas Gerais (Avimig), Alfeu Silva Mendes, os impactos da proibição do frango temperado serão favoráveis tanto para o setor como para os consumidores.

O líqüido utilizado pelos abatedouros para temperar a carne representa cerca de 20% a 25% do peso final da ave temperada, o que contribui para a redução dos custo, o que também se reflete nos preços finais ao consumidor. Enquanto isso, o frango sem tempero perde competitividade por ser mais caro.

"A proibição é uma medida importante para alvancar a cadeia produtiva. Os preços finais do frango temperado são mais competitivos, porém lesam os consumidores que pagam por uma quantidade maior de líqüidos. Com a medida, acreditamos que haverá maior equilíbrio no mercado, o que vai favorecer a valorização real do frango sem tempero", disse Mendes.

Embarques - Outro fator que tem deixado os produtores do Estado otimistas é a recuperação das exportações. Em 2009, houve redução de 29% nos embarques. Entre janeiro e fevereiro deste ano foi registrada alta de 52,62% nos valores gerados com os embarques de frangos inteiros. A receita ficou em US$ 18,347 milhões. O dólar cotado próximo a R$ 1,80 é considerado satisfatório para o segmento, porém o ideal é que o valor da moeda norte-americana atingisse os R$ 2.

Ao todo, foram exportadas cerca de 12,868 mil toneladas, contra 12,221 mil toneladas registradas no primeiro bimestre de 2009. O aumento de 5,2% nos volumes exportados está dentro do esperado pela Avimig.

Na avaliação do presidente da Avimig, os resultados do setor poderão ser mais expressivos devido à redução dos custos com a alimentação das aves. Desde o ano passado, a saca do milho passou a valer cerca de R$ 14. A queda de 25% do valor do grão, que é o principal insumo da avicultura, respondendo por 70% dos custo com alimentação, contribuiu para reduzir os gasto com a produção e para a manutenção da média de produtividade, cerca de 500 milhões de frangos por mês no Estado.

No mercado interno, o quilo da carne de frango para o produtor varia entre R$ 1,50 e R$ 1,60 e para os abatedouros, cerca de R$ 2,40. Os custos para os produtores chegam a R$ 1,60 por quilo e dos abatedouros, a R$ 2,40. "A cadeia está trabalhando praticamente abaixo da margem de lucro. A recuperação dos preços depende do aumento do consumo e da retomada das exportações, que vão equilibrar a oferta do produto no mercado e impulsionar os preços", ressaltou.

Veículo: Diário do Comércio - MG