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01/07/2016 14:06 - Referência do espumante nacional

O chileno Mario Geisse, que chegou ao Brasil em 1977, ajudou a elevar a qualidade de um dos melhores terroirs para a bebida

 
Primeiro produzir a melhor uva. Depois produzir o melhor vinho. Foram esses os desafios que se impôs o chileno Mario Geisse quando decidiu abrir uma vinícola no Brasil. No fim da década de 1980, Geisse, que havia chegado a Garibaldi em 1977, estava decidido a deixar o emprego que o trouxera ao Rio Grande do Sul.
 
Sua história, naquele momento, tinha-o levado a conhecer alguns dos principais terroirs das Américas, desde os familiares solos chilenos até os peruanos, passando por terras uruguaias, brasileiras e pelo Vale do Napa, na Califórnia.
 
No Chile, onde nasceu em 1946, filho de uma família de mineradores, o menino se encantou com a produção de vinho. Em Ovalle, sua cidade, a bebida era utilizada apenas para produzir pisco. “Sempre me apaixonou essa coisa que tem no vinho de você poder produzir a fruta e depois elaborar um produto final. A mistura entre a parte agrícola e a parte industrial que tem a indústria vinícola sempre foi minha paixão”, diz.
 
Essa paixão o levou a estudar agronomia. Durante o curso, Geisse começou a se especializar. Ainda que a vinicultura seja impregnada pela tradição, naquele momento, os anos 1970, as regiões tradicionais procuravam se modernizar, de olho em um mercado consumidor em expansão, e novos polos como a Califórnia, começaram a surgir. Geisse, sempre inquieto, passou um período com os produtores do Vale do Napa. “O estágio serviu para eu entender que as coisas estavam mudando, que a tradição era muito importante, mas a investigação devia vir junto e que ia mudar as coisas, como elas estão sempre mudando.”
Inquietude
 
De volta ao Chile, Geisse foi trabalhar em uma vinícola onde conheceu duas pessoas que o marcaram, o dono e o gerente. Este último, especialmente. “Ele era uma pessoa muito questionadora, que sempre nos levava a fazer ensaios e testes”, diz. Os incentivos que recebia despertaram o espírito do jovem profissional. “Foram duas pessoas muito importantes para estimular minha inquietude, despertaram meu espírito investigador. Foram as pessoas certas no momento certo para mim.”
 
A inquietude que levou a participar de uma seleção para trabalhar na Chandon, no Brasil. Ainda naquela década, a empresa que tem origem na França estava instalando um polo produtivo em Garibaldi, em um momento em que as multinacionais do vinho começaram a chegar ao Vale dos Vinhedos, o tradicional polo de produção gaúcho.
Quase despretensiosamente, Geisse ficou com a única vaga. Nunca tinha viajado para a região. O plano era ficar, aprender mais e voltar. Em 1977, quando saiu a primeira safra, teve uma surpresa. “Foi a maior surpresa técnica que tive na vida. A produção não tinha a qualidade que tem hoje, mas quando experimentei os primeiros espumantes que fizemos vi que eram melhores que os que fazíamos no Chile com uma uva aparentemente muito melhor”, relembra.
 
Alem da qualidade, Geisse ficou encantado também com o estilo de vida do Vale. “Esta é uma região absolutamente especial para espumantes. Naquele momento tomei a decisão de fincar pé no Brasil.” Assim, ficou na Chandon por dez anos.
 
Durante esse período, o aprendizado, mais uma vez, foi fundamental. A chegada das multinacionais elevou os padrões da produção local. Ciente do potencial da região e confiante em seu próprio talento, Geisse tomou a decisão mais difícil de sua vida. Deixaria o emprego que lhe dava estabilidade e muita tranquilidade para tocar uma produção própria.
 
Ao deixar a Chandon, decidiu que precisava encontrar o terreno ideal não para os espumantes, mas para a matéria-prima. “Eu queria a melhor uva possível para fazer espumante”. Começou então uma busca incessante. Encontrou o que queria na região de Pinto Bandeira. Comprou uma colônia. “Comecei devagarzinho a plantar e a fazer experiências”. Primeiro com o método tradicional, depois testando novos procedimentos.
 
Foram anos e anos de testes na Cave Geisse. Nesse período, Mario viajava pela América do Sul dando consultoria para se manter. “Isto foi feito através dos anos. Agora a vinícola está chegando a 40 anos. Um amigo sempre me disse que não importa quanto demore. Se está preocupado em fazer um produto de qualidade, não se preocupe em promovê-lo. As pessoas farão isso por você.”
Reconhecimento
 
Foi exatamente assim que aconteceu. Em 2011, a crítica britânica Fancis Robinson, uma das mais influentes autoridades mundiais, incluiu o Cave Geisse Brut 1998 como o único espumante do mundo em uma lista de 15 vinhos que iriam marcar o futuro da indústria vinícola em nível mundial pelo estilo. “Para mim há um antes e um depois desse reconhecimento”, diz Mário, lembrando que a escolha surpreendeu.  As pessoas se perguntavam: “Como se escolhe só um espumante e ele é brasileiro?”
 
Aos poucos, o mundo do vinho passou a entender o que o chileno tinha entendido naquele primeiro teste da Salton em 1977.  “O grande produto desta região é o espumante. Isso não é por acaso, não é uma coisa esporádica, a qualidade tem consistência. O Brasil está demonstrando que tem uma qualidade indiscutível sobre países tradicionalmente mais respeitados. O país está se consolidando. Doa a quem doer”, diz.
 
“As pessoas estão começando a perceber que a produção de vinhos tem uma característica e a produção de espumantes, outra. Se isso não fosse verdade, não existiria a Champanhe”, diz.
 
A começar por ele, é justamente o capital humano o grande valor do negócio de Pinto Bandeira. “Há pessoas que trabalham há 34 anos comigo. Acredito sobretudo no trabalho em equipe. Pude coprovar isso em minha experiência profissional. Ninguém pode fazer algo sozinho se não está acompanhado da pessoa adequada. Acho que aqui na Cave Gasse conseguimos formar uma equipe espetacular”, diz.
 
Veículo: Globo Rural

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