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23/10/2015 12:17 - Do campo à mesa, uma relação de negócios com a cachaça

Foi um susto no avião que o levava a uma usina de álcool que fez Delfino Golfeto mudar de rumo. Ele decidiu deixar a vida de assalariado e abrir um negócio que aproveitasse sua experiência no campo. Assim surgiu a rede de cachaçarias e restaurantes Água Doce - Sabores do Brasil.

"Chovia muito e todos gritavam. Tinha certeza que o avião ia cair. O piloto conseguiu sair da tempestade e pousar, mas foi terrível. Ali vi que era hora de seguir meu sonho", conta.

Como gerente agroindustrial, ele já ajudava a alavancar usinas de cana-de-açúcar com o conhecimento adquirido na adolescência, quando chegou a trabalhar como boia-fria.

Naquela época, não imaginava que o aprendizado na roça iria torná-lo um expert em cachaça, nem que a bebida seria base de seu futuro negócio.

A infância em Adamantina, a 614 km de São Paulo, tinha sido difícil. Batia de casa em casa com o irmão para vender flores e ajudar no sustento. "Pedia pelo amor de Deus para comprarem", diz. Aos 12 anos, mudou-se para Tupã (SP) e começou a cortar cana para ajudar o pai a construir uma casa.

O trabalho não evitou que estudasse. "Era cansativo, mas eu não deixava a roça. Conseguia dinheiro lá, suficiente para ajudar em casa e gastar a sobra no cinema da cidade", diz.

No fim do ensino médio, decidiu se especializar e fez um curso de Fitotecnia - estudo das plantas -, pago com o dinheiro obtido na roça. "A escola era a 150 km de casa, mas eu dava um jeito de ir. De lá, abriram-se portas para estágios importantes para mim."

Ao estagiar nas usinas, viu que poderia aprimorar sua formação e decidiu fazer Economia na Universidade de Marília (Unimar). "Paguei com o dinheiro dos estágios. Tive que me mudar porque não conseguia ficar em Tupã, muito longe, e fui morar sozinho", diz.

Seu pai não se conformava com tanta dedicação à faculdade. "Mas os estudos foram importantes para o meu crescimento pessoal e profissional. Não me arrependo de ter deixado minha família", completa.

Formado, tornou-se gerente agroindustrial e consultor de plantio. "Uma vez quintupliquei a produção de um patrão. Como recompensa, ele me ofereceu 3% da colheita. Só aceitei 1% porque sempre fui humilde, senão em pouco tempo eu ia tomar o negócio dele."

Muitas das usinas faziam cachaça, o que o levou a uma relação profissional com a bebida. "Tinha que verificar se a produção estava de acordo com o que os patrões buscavam e fui me especializando."

Com os ganhos de gerente e consultor, comprava carros de prestígio na época - suas paixões até hoje - e ia passear e rever a família em Tupã.

Beber, comer, voar

Golfeto também se dedicava a conhecer restaurantes, onde começou a delinear um negócio próprio. "Prestava atenção em cada detalhe: o atendimento, a roupa do garçom, a comida, as mesas, tudo. Era muito perfeccionista." Constatou, então, que a operação nunca era perfeita. "Pensava que poderia corrigir no meu negócio os erros que eles cometiam", diz.

Assim, em 1990, após o susto no avião e de volta a Tupã, investiu o equivalente a R$ 200 mil para abrir uma aguardenteria na garagem da casa onde vivia com a esposa, oferecendo ali cachaças de todo o Brasil.

O sucesso surpreendeu o empreendedor, que meses depois teve de ampliar a loja. A participação da esposa foi essencial para transformar a cachaçaria em restaurante. "Ela cozinhava muito bem", conta Golfeto, que decidiu acrescentar petiscos e pratos mix. "Até hoje, algumas receitas são as mesmas", garante.

No primeiro ano, o faturamento mensal atingiu o equivalente a R$ 50 mil, o que levou o empreendedor a pensar em um modelo de franquia para expandir o negócio. Depois de 25 anos, a Água Doce - Sabores do Brasil tem 98 unidades no País e planeja abrir mais seis neste ano. O faturamento anual é de R$ 180 milhões e a operação não foge aos olhos de Golfeto, que tem só uma unidade própria. "Visito as franquias e vejo como tudo está funcionando. É importante para o franqueado ter essa assistência de perto", diz.

Os próximos passos são oferecer um formato menor, a Água Doce Express, e se dedicar aos netos e à coleção de carros antigos. E retomar um hobby ligado ao drama que mudou sua vida: pilotar aviões. "Já tive quatro, mas hoje não tenho nenhum. O plano é adquirir um." Até no hobby, o segredo é manter a simplicidade e buscar a qualidade. "Foi com essa humildade e esse perfeccionismo que cheguei aqui."

 



Veículo: Jornal DCI

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