A tradicional empresa de bebidas Bacardi do Brasil, com sede localizada em São Bernardo, encerrará as atividades no Grande ABC em março de 2016, quando irá interromper a fabricação, o envasamento e a distribuição na região, demitindo 55 empregados, o que representa 25% do quadro de funcionários nessa unidade.

No município, a companhia, famosa pelo rum que leva seu nome, conta com 200 empregados, sendo que os 145 restantes, que atuam nos departamentos de vendas e de marketing, equipes de apoio em recursos humanos, tecnologia da informação, finanças e jurídico, serão mantidos e transferidos para escritório em São Paulo até o fim de junho do ano que vem.

Há 57 anos no Brasil e 23 na região como Bacardi, quando a empresa adquiriu a fábrica da Martini, a produtora de bebidas justificou, em nota, que a decisão pelo encerramento progressivo da planta foi tomada visando a sustentabilidade e o crescimento de longo prazo dos negócios da empresa no País.

A companhia segue agora movimento contrário ao realizado em 2002, quando tinha sede administrativa na Capital e decidiu transferir essa área para as instalações na unidade fabril em São Bernardo – após ampla reforma no espaço na região – para gerar ganhos de eficiência (e redução de custos) no processo, possibilitando mais velocidade no desenvolvimento de produtos.

FATORES - De acordo com o diretor do Sindibebidas-SP (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Cervejas e Bebidas em Geral do Estado de São Paulo) Sinval Silvestre, a queda na demanda e também a localização foram fatores levados em conta para o fechamento. “As vendas caíram muito, e a fábrica ficava em bairro residencial (no Rudge Ramos), o que deixava a logística complicada”.

A Bacardi comunicou ainda que as marcas do portfólio da companhia continuam disponíveis no Brasil, que a empresa permanece comprometida com esse mercado e que vai continuar a investir em atividades ligadas ao consumidor para apoiar o crescimento de suas marcas. Essa indústria vai passar a importar muitas de suas linhas, mas vai manter parte da produção no País, em Recife – onde faz o uísque Teacher’s, em parceria com a Beam Suntory, dona da marca. “No Nordeste, a venda de destilados é mais forte”, afirmou Silvestre.

A empresa garantiu que todas as alternativas possíveis estão sendo consideradas para minimizar os impactos aos profissionais afetados pela decisão, e que “está oferecendo aos profissionais desligados pacotes especiais de desligamento e serviços de recolocação (outplacement), a fim de auxiliá-los em seu retorno ao mercado de trabalho”. Silvestre, no entanto, disse que o pacote de benefícios ainda está sendo negociado. “Estamos começando a discutir com eles agora.”
 


Veículo: Jornal Diário do Grande ABC - SP