O secretário de Indústria e Comércio do Estado do Paraná, Ricardo Barros, disse que as negociações entre o governo do Estado e a Ambev para a construção de uma nova unidade da companhia de bebidas foram retomadas e estão bastante avançadas. A fábrica seria instalada na cidade de Ponta Grossa e seria a terceira da companhia no Estado - já há uma unidade em Curitiba e outra na cidade de Almirante Tamandaré.

A Ambev possui 34 fábricas no Brasil, sendo três delas em Minas Gerais (Juatuba, Contagem e Sete Lagoas), 59 centros de distribuição, 165 revendas e um milhão de pontos de venda. Ao todo, são gerados 6 milhões de empregos.

"Na próxima terça-feira, nós, da Secretaria de Indústria e Comércio, e representantes da Fazenda vamos nos reunir com o prefeito de Ponta Grossa para conversar sobre o assunto. Se depender do Paraná, vamos fazer de tudo para receber os investimentos da Ambev", disse Barros. De acordo com ele, a decisão final da Ambev depende de "ajustes fiscais com o Estado", os quais estão em avaliação pela Secretaria da Fazenda. Especula-se que a Ambev teria pedido uma redução na alíquota do ICMS, atualmente em 29%.

Segundo o diretor do Departamento de Desenvolvimento Industrial e Comercial, que faz parte da Secretaria Municipal de Indústria de Ponta Grossa, Adilson Strack, as conversas com a Ambev começaram no fim de julho, mas houve uma paralisação nas negociações por causa das eleições e das festas de fim de ano. "Estamos no páreo, trabalhando para que a fábrica seja instalada no município", disse.

Expansão - A Ambev, por meio de nota, admite que está avaliando expandir a capacidade de produção no Paraná. "O assunto está sendo tratado com o governo do Estado e por enquanto não há nenhuma definição da cidade." Segundo a empresa, a iniciativa tem por objetivo atender à demanda crescente no setor de bebidas

O analista da Link Investimentos, Rafael Cintra, diz, em relatório ao mercado, que, independentemente do local onde Ambev instalará sua nova unidade, o importante é que a companhia continue investindo no aumento da sua capacidade produtiva. "Isso permitirá que ela não enfrente problemas para atender à demanda por bebidas, que está crescendo em um ritmo muito forte em função do bom cenário econômico doméstico."

Para ele, a escolha por Passo Fundo faria sentido porque a fabricante de latas de alumínio Crown está instalada na região. "Com isso, os custos de logística e o risco de falta dessa importante matéria-prima (lata de alumínio) seriam reduzidos", afirmou. (AE)

Veículo: Diário do Comércio - MG