Bebidas
03/08/2010 11:08 - Cerveja: Carlsberg melhora margens, mas dependência da Rússia é ponto fraco
Do alto da sede da cervejaria Carlsberg, em sua sala de CEO, Jorgen Buhl Rasmussen poderia ter posicionado sua escrivaninha para ter uma vista geral de Copenhague. Em vez disso, a área de trabalho é dominada por um grande terminal de computador mostrando as mais recentes oscilações dos mercados financeiros, com as cotações das ações da Carlsberg e das cervejarias rivais exibidas em destaque.
Nos últimos tempos, o monitor também vem exibindo uma vista das melhores para o executivo. As ações da Carlsberg mais do que triplicaram de valor desde o ponto mais baixo da crise de 2008, enquanto o índice MSCI mundial de alimentos e bebidas subiu 44%.
Em parte, a elevação reflete a melhora das perspectivas econômicas da Rússia, onde a Carlsberg obtém quase metade de seus lucros, depois de ter investido bilhões de dólares para conquistar uma posição dominante no país.
Os investidores também reconheceram os esforços para melhorar o desempenho da Carlsberg na Europa Ocidental e para alimentar o crescimento na Ásia, dentro da estratégia da quarta maior cervejaria do mundo para concorrer com as rivais Heineken, SABMiller e Anheuser-Busch InBev (AB InBev).
"Havia algumas poucas áreas em que senti que precisávamos ir melhor", lembra-se Rasmussen, que assumiu há três anos. "Uma era a liderança - a gestão era muito de cima para baixo. Precisávamos de líderes que pudessem tomar decisões mais rápidas."
Rasmussen, de 55 anos, que havia sido chefe regional da Gillette, marca da Procter & Gamble, contratou mais executivos externos, para tentar renovar a cultura de uma empresa ainda muito arraigada a sua herança dinamarquesa.
A Carlsberg é controlada por uma fundação criada por J. C. Jacobsen para incentivar o progresso científico. Dos 12 integrantes do seu conselho, nove são professores ou funcionários. "Historicamente, a Carlsberg era uma empresa com administração fraca", diz o analista Trevor Stirling, da Bernstein. "Rasmussen transformou a governança corporativa."
Passaram-se dois anos desde que a Carlsberg selou seu lugar entre os grandes do setor ao aliar-se com a Heineken para comprar a Scottish & Newcastle, o que lhe transferiu operações na Rússia, França, China e Vietnã. Seguiram-se compras na Ásia, a mais recente em junho, quando elevou sua fatia na chinesa Chongqing Brewery. Agora Rasmussen diz que a prioridade é integração e execução.
Grande parte do foco é reduzir custos. A margem de lucro operacional subiu de 11%, quando ele assumiu o comando, para quase 16% no primeiro trimestre do ano.
Na crise do ano passado, o lucro operacional subiu 18%, apesar da queda de 4% nas vendas, levando em conta operações comparáveis.
Os analistas aguardam mais melhoras nas margens. O Barclays estima que a rentabilidade por cem litros de cerveja da companhia na Europa ainda seja 30% menor que a da Heineken e da AB InBev - o que mostra potencial para ampliá-la. A Carlsberg prevê que este ano as vendas em volume voltarão a cair na Rússia, devido ao aumento nos impostos sobre a cerveja promovido para reprimir o alcoolismo, e na Europa Ocidental.
Analistas dizem que a volatilidade na Rússia explica por que as ações da Carlsberg são negociadas com desconto em relação às das rivais. Matthew Webb, da JPMorgan Cazenove, descreveu a cervejaria como "o maior investimento de risco no setor de bebidas", por causa da incerteza política e econômica em seu maior mercado.
Rasmussen diz não se arrepender de ter feito uma aposta tão grande no país. "Quando se quer crescer, é preciso correr riscos. O mercado russo vem passando por um período de recomposição, mas há mais crescimento por vir."
Ainda assim, a Carlsberg almeja reduzir sua dependência da Rússia, desenvolvendo algum outro motor de crescimento na Ásia, especialmente na China, no Vietnã e na Índia. A Ásia representou apenas 13% das vendas em volume da Carlsberg em 2009, em comparação com os 43% da Europa Ocidental e 44% do Leste Europeu, mas seu peso vem subindo rapidamente.
Analistas questionam se a empresa poderá traduzir sua força no Oeste da China em uma presença mais abrangente no resto do país. O CEO diz que há espaço para "quatro ou cinco" grandes cervejarias na China e sustenta que a Carlsberg estará entre ela s. "Adoraríamos replicar o que fizemos na Rússia, mas não será fácil."
Veículo: Valor Econômico

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