As principais distribuidoras de água mineral do Guarujá, na Baixada Santista, estão trabalhando dobrado para atender aos pedidos dos turistas e moradores. Com medo de desenvolver diarreia, famílias inteiras têm trocado a água do filtro pela industrializada. Desde a segunda quinzena de dezembro, cerca de 2 mil pessoas passaram pelas unidades de saúde da cidade com sintomas como diarreia, vômito e dores no corpo. Entre elas está Ronald, filho do jogador Ronaldo do Corinthians.

A prefeitura do município fala em surto (quando existe mais de dois casos no mesmo grupo de pessoas e num determinado bairro) e abriu procedimento para apurar a qualidade da água potável. Outra suspeita é que os pacientes tenham se intoxicado com comidas consumidas à beira mar. Ainda existe a possibilidade da circulação de um vírus no ar, por conta do aumento de turistas nesta época.

“Muita gente tem vindo buscar água de garrafa por causa da contaminação que está se espalhando aqui (Guarujá)”, explica Sônia Maria Ferreira, proprietária da Aquarius, no bairro Santa Rosa. Segundo Sônia, entre 400 e 500 garrafas de 20 litros são vendidas por dia - o dobro para o mês de janeiro. “Temos cinco motoqueiros, duas Saveiros e quatro entregadores de bicicleta que não estão dando conta de tanta encomenda”, diz Sônia.

Em outro estabelecimento, a Água e Companhia, no centro da cidade, os vendedores afirmaram ao JT que os pedidos aumentaram 90%. Os horários de funcionamento muitas vezes têm sido prorrogados.

No Disk Água Guarujá, localizado na Praia de Pitangueiras, os donos sentiram um aumento na procura após os relatos de contaminação por parte dos clientes, que se negam a tomar água do filtro. No local, 200 garrafas de 20 litros são vendidas normalmente em janeiro. Mas de dezembro para cá, o número chega a 400 garrafões.

Já os ambulantes que têm barracas na praia reclamam da queda nos pedidos de drinks com gelo, como a tradicional caipirinha. “O pessoal está com medo do gelo, mas o meu eu busco na fábrica”, conta Ivonete Martins, ambulante da Praia da Enseada.

Qualidade

A Sabesp informou que não há qualquer problema com a qualidade da água entregue pela Sabesp no Guarujá. A água fornecida à população é potável e atende aos padrões estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Em nota, a assessoria de imprensa do Grupo Pão de Açúcar negou que os mercados da região enfrentam falta de água de garrafa, mas afirma ter reforçado o estoque das lojas em Praia Grande, também na Baixada Santista. Ali, segundo a prefeitura, o número de atendimento nos postos de saúde é de 800 a 1,5 mil pacientes diariamente, nos prontos-socorros (Central, no Boqueirão, Samambaia e Quietude) - número 30% a mais do que em 2009.

Veículo: Jornal da Tarde - SP