São Paulo - Intensificar o intercâmbio de talentos para aumentar a sinergia e as boas práticas entre as empresas onde está presente (Argentina, Brasil, Colômbia, França, Uruguai, Vietnã, Tailândia e Oceano Índico) é a meta do Grupo Casino. Hoje, nove profissionais brasileiros estão em Paris e 47 colaboradores de outros países estão no Brasil.

Preparar futuros gerentes é uma das metas do programa, que visa reconhecer desempenho, potencial de liderança e compromisso. Até o momento, 15 brasileiros passaram pelo intercâmbio e entre os estrangeiros que estão no Brasil boa parte é de colombianos, argentinos e de outras nações.

Na empresa desde 2007, o gerente de marcas exclusivas do Grupo Pão de Açúcar (GPA), Eduardo Finelli, contou como foi fazer intercâmbio entre 2010 e 2012, quando o Casino fez uma seleção internacional. Ele diz ter saído do Brasil como profissional da área de marketing para trabalhar dois anos na França. Eram dez estrangeiros naquele momento, sendo três brasileiros. Lá, foi escolhido para desenvolver um projeto de marcas exclusivas.

"Foi extremamente enriquecedor estar em uma empresa global, em um mercado diferente", afirmou. Para ele, um dos principais objetivos do programa é fomentar a sinergia entre os colaboradores. Assim quando chegou na França, ele teve uma série de cursos de integração com os estrangeiros selecionados. No segundo mês, cada um assumiu desafios distintos por dois anos.

Troca de ares

Aqui Finelli trabalhava com o Programa de Relacionamento Pão de Açúcar Mais. Lá, foi atuar com marcas próprias. "Sabia que não participaria de um projeto desses para comer croissant e queijo brie. Tive de conhecer um novo mercado e descobrir produtos que poderiam agradar ao paladar do público local para criar uma linha de itens saudáveis", ressaltou.

Conforme Finelli, ele teve de aprender sobre produtos para esportistas, pessoas com intolerância à lactose e que queriam emagrecer. Depois de um ano, ainda participou do lançamento de uma marca de vinhos, que agora já é vendida também no Brasil.

Quando viajou, ele conta que nada estava definido em termos de cargos: isso dependia do desempenho de cada um. "Éramos cobrados com prazos e tínhamos de apresentar resultados. Nunca fizeram diferença por eu ser de outro país. Era tratado como colaborador estrangeiro". Quando voltou para o GPA, ele passou a atuar com marcas próprias e diz que pôde aproveitar a experiência obtida no exterior.

Hoje, mais de dez brasileiros fazem parte do time de intercâmbio, denominado International Young Professionals. Para o profissional, além da experiência global e da ampliação da rede de contatos, a bagagem da viagem é completada por conhecimentos técnicos e visão de grupo, destacou o vice-presidente de gestão de gente do GPA, Antonio Salvador. Para o executivo, essa prática do Casino faz parte da proposta de valor do Grupo que visa nutrir o mundo de diversidade. "Desenvolver pessoas com novas experiências e em outros ambientes permite ampliar a integração e potencializar o local."

Sobre ter mais estrangeiros no programa no Brasil do que fora do País, ele explica que isso tem a ver com o potencial do mercado nacional. "O GPA representa cerca de 45% do Grupo no mundo e é uma das mais regiões com mais crescimento, então daí vem a relevância em trazer para cá os melhores talentos. Mas temos discutido mandar mais profissionais daqui para outros lugares como Colômbia, com muita experiência na área têxtil."

Veículo: Jornal DCI