Redes de Supermercados
23/07/2015 13:18 - Atacarejo fatura em plena crise
Empresas que atendem no atacado e no varejo atraem cliente que compra em maior quantidade, alargando a frequência
Há cerca de seis meses, a empresária Ana Clara Teixeira, de 56 anos, e o marido Satoshi Hanai, de 57, mudaram os hábitos na hora de fazer as compras da casa. Eles começaram a frequentar atacarejos (supermercados que vendem por atacado e para o consumidor final) e descobriram que podiam economizar mais de 10% nos gastos mensais. “Agora eu faço compra de três em três meses para duas casas. A nossa, em BH, e outra no interior. Gasto cerca de R$ 900 por lista, comprando caixas e fardos fechados de produtos que não têm a validade tão próxima e consigo um preço muito mais em conta por isso”, afirma Ana. Segundo ela, antes a ida ao supermercado era mensal e o valor da conta ultrapassava R$ 400. Em três meses, a despesa chegava a R$ 1,2 mil.
“Não troco o atacarejo por nenhum supermercado tradicional”, diz a consumidora. A mudança no perfil de consumo do casal é seguida pela maioria dos brasileiros que está mudando os hábitos, principalmente aqueles relacionados as compras domésticas, devido à inflação e os juros altos, fatores de restrição ao crédito e de desaquecimento da economia. A opção pelos atacarejo, segundo especialistas ouvidos pelo Estado de Minas, é favorecida pela vantagem financeira, atraindo novos potenciais consumidores e fidelizando os que já utilizavam esse canal para as suas compras. Dados do Instituto Nielsen, relativos ao ano passado, indicam que foram abertas 47 lojas pelo segmento no país e mais de 1,4 milhão de lares passaram a fazer compras nesses empreendimentos.
De acordo com empresários do setor, quem compra no atacarejo economiza entre 10% e 15% do valor total da compra do mês, quando comparada ao tíquetes dos supermercados tradicionais. O diretor comercial da rede de atacarejo Mart Minas, Filipe Martins, afirma que a mudança começou há cerca de 10 anos, se fortaleceu nos últimos três anos e ficou evidente a partir do segundo semestre de 2014, quando a economia brasileira começou a dar sinal de retração.
O público que frequenta as lojas da rede, hoje, se divide em 50% de consumidores finais e outros 50% de pequenos comerciantes. Há seis anos, eram 70% de pequenos comerciantes e apenas 30% de consumidores finais. Com 17 lojas no estado, sendo que uma está sendo reinaugurada hoje, em Contagem, na Região Metropolitana, e a outra será aberta ao público no dia 30, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a empresa rema contra a maré da crise e espera crescer 35% neste ano.
Filipe Martins diz a oferta de preços melhores é possível tendo em vista o grande volume de compra e das negociações com os fornecedores. “Este é o modelo de negócio mais econômico do país, com custo de operacionalidade baixa e que faz com que os preços sejam mais baixos do que nos outros mercados”, afirma o executivo. O diretor administrativo da rede Decisão Atacarejo, Leonardo Vilaça Costa, afirma que o público das lojas mudou muito nos últimos dois anos. Segundo ele, há casos em que famílias diferentes se juntam para fazer as compras, na expectativa de pagar menos. “Estamos na contramão da crise, crescendo acima das expectativas. A ideia é fechar o ano com alta de 15% no faturamento desse ano”, finalizou.
O representante comercial Diogo Silva, de 34 anos, é um dos que mudou os hábitos de consumo e passou a fazer as compras no atacarejo. Acompanhado da esposa Tamara Aparecida e das filhas Diely, de 6 anos, e Daniele, de 4, ontem ele fazia as contas para saber quanto estava economizando. “Mais de 15% de diferença da conta no supermercado convencional para o atacarejo. Como a família é grande, com quatro filhos, sempre compro fardo de arroz, caixas de leite, caixa de óleo de cozinha e preço sai muito mais barato. No final, a gente até consegue comprar alguma outra coisa com a economia”, comemora.
A dona de casa Nayara Maia Cardoso afirma que o hábito de comprar no atacarejo é antigo, mas que ficou ainda mais frequente nos últimos meses. “Tudo ficou mais caro, então a gente tem que buscar sempre o produto que está mais em conta. Aqui, a gente sempre acha produtos com preços pelo menos 15% mais baratos que nos supermercados de bairro”, afirma.
Maioria evita dívidas
São Paulo – A crise da economia brasileira, que passa por um período de ajuste e dificuldades, tem refletido no comportamento do consumidor, agora, mais cauteloso no momento das compras e de se endividar, de acordo com pesquisa sobre a percepção da oferta de crédito, do consumo e do sentimento em relação ao futuro, realizada pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi). O levantamento, feito em parceira com a TNS Brasil, líder global em pesquisa de mercado, indicou que a maior parte dos consumidores – 84% – afirmou que pretende mudar o padrão de consumo para economizar mais em 2015.
O universo dos cautelosos é quase o mesmo do registrado no primeiro trimestre do ano, quando 85% dos entrevistados já haviam informado que alterariam o padrão de consumo. No último trimestre de 2014, esse porcentual era de 75%. “O consumidor está mais preocupado em dar conta dos compromissos que já tem”, afirmou o economista-chefe da Acrefi, Nicola Tingas.
De acordo com a pesquisa, que avaliou a percepção dos consumidores no segundo trimestre de 2015 frente aos três primeiro meses do ano, 92% dos entrevistados disseram que a inflação é a principal responsável pelo freio na decisão de novos financiamentos. Entre o primeiro e o segundo trimestre subiu de 76% para 84% o total de consumidores que disseram não ter a intenção de fazer um financiamento neste ano.
Além de se mostrar mais propenso a economizar, o consumidor está mais pessimista. Segundo o levantamento, subiu de 66% em abril para 71% em julho o total o contingente de quem acredita que a situação financeira do País é ruim ou péssima. “O desemprego continua impactando no otimismo dos consumidores”, observa Nicola ingas. Para 86% dos entrevistados, o desemprego vai aumentar nos próximos meses, ante 81% apontados no levantamento do primeiro trimestre.
Para p economista da Acrefi, é preciso criar um ambiente macroeconômico mais favorável para que os investimentos sejam retomados e reflitam na recuperação da confiança do consumidor. “Talvez, neste período de ajuste, ele não tenha um comportamento tão expansivo”, avaliou.
Veículo: Jornal Estado de Minas
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