Redes de Supermercados
25/06/2013 12:18 - Carrefour estuda vender operações na China e em Taiwan
O grupo de varejo francês Carrefour avalia a possibilidade de vender suas operações na China e em Taiwan. A operação poderia vir na forma de uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em Hong Kong ou de associação com terceiros, de acordo com fontes próximas às conversas.
A estreia em bolsa poderia levantar cerca de US$ 1 bilhão para o grupo, calcula uma das fontes, que ressalta o estágio ainda prematuro dos planos da varejista francesa. A ideia é encontrar um futuro sustentável para os ativos, que juntos formam o grosso das atividades da multinacional na Ásia.
O Carrefour enfrenta uma forte competição no mercado asiático, que começa a afetar suas operações. A companhia decidiu rever sua estratégia em mercados como esse e, em alguns casos, já resolveu se livrar das operações. A ideia é focar nos locais onde há dominância ou uma forte presença - inclusive na França. [O Brasil também está nesse grupo prioritário para a rede.]
Enquanto a China corresponde a uma das melhores rentabilidades do grupo na Ásia, como operadora de hipermercados, a empresa não é líder. O varejo chinês é um ambiente extremamente competitivo. A rede francesa possui 220 hipermercados no país, o que lhe dá o quarto lugar no setor, com 6,9% de participação.
Em Taiwan, o Carrefour lidera, com 48,1% de participação de mercado, segundo dados da consultoria Euromonitor.
"A China é um mercado bastante competitivo. Todas as companhias estão sendo desafiadas por causa das mudanças de hábitos dos consumidores, do aumento dos custos, da expansão das compras on-line e da forte regulação em torno dos preços e da defesa do consumidor", disse Wu Weiyi, vice-presidente da consultoria AlixPartners.
Nos últimos anos, o grupo já desistiu de alguns países asiáticos, entre eles o Japão, a Coreia do Sul, a Indonésia e a Malásia.
A França passou a representar 45% de sua receita líquida no primeiro trimestre deste ano. Sobre os ativos da China e de Taiwan especificamente, a companhia não quis fazer comentários.
Segundo as fontes consultadas pela Dow Jones, nenhum banco foi contratado ainda para assessorar a varejista. Mas o mercado acredita que com um parceiro o Carrefour poderia manter sua competitividade, enquanto a abertura de capital na bolsa traria caixa imediato, que possivelmente financiaria um plano de expansão.
A notícia não foi vista com bons olhos pelos investidores. Por volta das 8h55 (horário de Brasília), as ações da francesa caíam 4,8% na bolsa de Paris. Os papéis eram cotados a € 19,42, o menor nível desde janeiro deste ano. No fim do pregão, o recuo foi de 3,19%, com a ação cotada a € 19,75.
Veículo: Valor Econômico
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