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21/02/2013 11:41 - Abilio e Naouri ignoram lucro de R$ 1 bilhão e trocam farpas
Maior varejista do país luta por espaço para divulgar seus resultados em meio à crise de acionistas
Duas faces distintas do Grupo Pão de Açúcar disputam a atenção de investidores, fornecedores e da imprensa. De um lado, está a maior empresa de varejo do país, que comemorou ontem o alcance do primeiro bilhão em lucro de sua história, com alta de 8,7% nas vendas em 2012, chegando a R$ 57,2 bilhões de faturamento. Do outro lado, está uma companhia em grave crise institucional, com seus dois principais acionistas — o francês Jean-Charles Naouri e o brasileiro Abilio Diniz —, se digladiando publicamente na disputa pelo poder. Tudo isso, com direito a ameaças a diretores, vazamento de informações, acusações de conflito de interesses e até mesmo ataques pessoais.
Na divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2012, os dois lados do Pão de Açúcar voltaram a dividir a atenção do mercado. Enquanto os executivos da companhia se esforçaram para criar um clima positivo para os investidores que participaram da teleconferência, Naouri pediu, durante reunião de acionistas realizada no mesmo dia, a renúncia de Diniz da presidência do conselho.
A reunião fora convocada para aprovação dos dois novos conselheiros da empresa, Cláudio Galeazzi e Luiz Fernando Figueiredo, ambos indicados por Abilio Diniz. Porém, Marcelo Fernandez Trindade, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e representante deNaouri, fez alguns adendos em seu voto, no momento de confirmar a escolha.
Como representante da Wilkes, holding acionista do Pão de Açúcar, desde julho de 2012 sob comando do Casino, Trindade sugeriu que o empresário Abilio Diniz renuncie “imediatamente” à presidência do conselho de administração da Companhia Brasileira de Distribuição (CDB), Grupo Pão de Açúcar, caso venha ser apontado como membro do conselho de administração da BRF - Brasil Foods.
O namoro entre Diniz e a BRF, como parte da diversificação dos investimentos do empresário brasileiro, vem causando desconforto no sócio francês, que vê grave conflito de interesse em ter um presidente de conselho com atuação em uma empresa fornecedora — o que é prática comum no mercado brasileiro. “É lamentável que o Sr. Abilio Diniz pretenda impor sua presença no conselho apenas por razões pessoais em uma situação de claro conflito de interesses”, disse Trindade.
Diniz tem direito por contrato de permanecer na presidência do conselho até quando sua saúde permitir. E já deixou clara que não vai renunciar. “O acordo de acionistas prevê que tenho direito vitalício ao cargo de presidente do conselho de administração da CBD (...). A razão de ser de tal direito é óbvia. Trata-se do reconhecimento de que tenho muito a contribuir para a CBD, enquanto tiver saúde e disposição para o trabalho. Afinal, nasci na CBD, fundada por meu pai, e trabalhei por décadas, de forma incansável, para o seu crescimento. Tenho enorme experiência e conhecimento sobre a companhia e o mercado. Por isso, ninguém duvida do quanto posso contribuir para o crescimento da empresa”, disse durante reunião no dia 19.
Jean-Charles Naouri certamente discorda da importância de Diniz para a companhia, e já deixou isto claro diversas vezes. A dúvida é o quanto Naouri e Diniz se preocupam com a imagem do Pão de Açúcar. A animosidade entre os empresários há tempos reflete na equipe. Por exemplo, o Casino teve de dar garantias aos executivos da companhia, que foram ameaçados por Diniz com ações cíveis e criminais, quando tentavamimplementar ações de corte de despesas de segurança de Diniz e de sua família.
Vitor Fagá, diretor de relações com investidores do grupo, limita- se a uma resposta quase ensaiada quando perguntado sobre o mal estar gerado pelo conflito: “A gente foca na companhia, estamos trabalhando para entregar as metas, com captura de sinergia. É disso que posso falar.” Mas há quem discorde dessa neutralidade. “Háumaumento no número de atualizações de currículos dos funcionários do Pão de Açúcar no LinkedIn.
Todos estão preocupados com o futuro da empresa”, contou um fornecedor do grupo nesta luta entre o narcisismo de Diniz e o ressentimento de Naouri”, disse. Quanto ao cliente? “O comprador não está nem aí para essa guerra. Ele é o último a perceber os problemas”, afirma. Mas já há quem note. No Pão de Açúcar verde, loja top da rede na Vila Clementino, em São Paulo, há poucas semanas,umcliente vociferava emrelação a queda de qualidade no atendimento, limpeza e oferta de produtos. “No tempo do Diniz, não era assim.”
Veículo: Brasil Econômico

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