Líder no varejo brasileiro, o Grupo Pão de Açúcar (GPA) conseguiu aumentar em 25,8% seu faturamento nos três primeiros meses do ano na comparação com igual período do ano anterior, e ver lucro líquido de R$ 167 milhões. Assim, a previsão da empresa é obter R$ 57,2 bilhões em vendas brutas em 2012, já que o resultado do começo do ano surpreendeu boa parte dos analistas. A receita bruta de vendas no período foi de R$ 13,6 bilhões, montante 10,4% superior ao primeiro trimestre do ano passado e os sócios franceses do Casino certamente comemoram o desempenho da operação nacional.

Segundo a empresa, no trimestre o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) do Grupo foi de R$ 758 milhões de janeiro a março, contra R$ 583 milhões no mesmo período de 2011. Na outra ponta, a dívida líquida passou de R$ 3,8 bilhões no período, para R$ 4,8 bilhões neste trimestre do ano.

De acordo com o CEO do Grupo, Enéas Pestana, o bom desempenho do GPA teve destaque também com as vendas do Extra, do Minimercado Extra e do braço atacadista Assaí. Este, sozinho, apontou crescimento de 24,2%. Postos e drogarias também apresentaram bom rendimento no período apresentado pelo Grupo.

Para Abílio Diniz, presidente do Conselho de Administração do Grupo, a estratégia da rede para conseguir atingir um faturamento ainda maior ao longo deste ano será a de investir cada vez mais no crescimento orgânico da rede, além de buscar ampliação do market share (fatia de mercado), entre as operações na área de alimentos, de responsabilidade das bandeiras Pão de Açúcar, Extra e do braço atacadista Assaí, além da área de não-alimentos, com as marcas Viavarejo (Casas Bahia, Ponto Frio e Nova Ponto.com, que agrega todas as operações de varejo eletrônico do Grupo).

"Nossas vendas ficaram acima da expectativa de mercado. Acreditamos no Brasil, nas medidas promovidas pelo governo, e prevemos um segundo trimestre ainda melhor. Vamos apostar na redução das despesas e no ganho do market share para crescer", afirma Diniz.

Para o empresário, medidas como a redução da taxa básica de juros (Selic) e o crédito mais fácil de se conseguir também são questões importantes e foram mencionadas por Diniz como impulsionadores do incremento econômico ao longo deste ano.

Investimentos

Para conseguir ampliar suas vendas e crescer, em média, dois dígitos acima do mercado brasileiro, o GPA pretende investir R$ 1,4 bilhão nas operações Alimentar e R$ 6,4 milhões na Viavarejo. É o que afirma Enéas Pestana. Para ele, o investimento maior será no formato Minimercado, que terá 50 novas lojas no País. "Vamos investir nesse ano em abertura de lojas, tanto das operações Alimentar, quanto nas Não Alimentar", declarou o executivo.

No segmento de supermercados, o GPA abrirá de 70 a 80 novas lojas no Brasil, sendo sete da bandeira Pão de Açúcar em regiões em que a operação ainda não existe, além de locais em que a participação é tida como pequena: Goiânia (GO) e Recife (PE). Já os negócios do Extra Supermercados receberão oito novos espaços para complementar as vendas, em regiões em que a rede já atua e fora do eixo Rio-São Paulo.

Atacarejo

Com o Assaí, a vertente atacado e varejo ('atacarejo') receberá neste ano outras 12 novas lojas. A ideia é passar por alguns ajustes em seu plano de negócios para reduzir custos e aumentar a lucratividade. Tanto que o Assaí cortou padarias e açougue de suas lojas, pois, segundo Belmiro Gomes, diretor de Atacado Autosserviço do Grupo, seu foco maior é no pequeno comerciante. "Essas mudanças foram feitas para atender melhor, e com menos custos para a companhia, o público-alvo principal da bandeira que é o cliente pessoa jurídica", afirma.

"Nos supermercados, o foco será reforçar o conceito de oferecer tudo em uma só loja, dando mais força de atração aos pontos de venda", disse José Roberto Tambasco, vice-presidente do Pão de Açúcar. Ainda segundo Tambasco, a rede tem se preocupado em ampliar as operações de Não Alimentos (têxtil e eletroeletrônicos) e terá um mix maior e diferenciado de produtos, além do conceito de exclusividade já empregado nas operações da bandeira Pão de Açúcar - para atender a demanda de mercado e novos desejos do consumidor.

Varejo eletrônico

As vendas promovidas pela Nova Ponto.com (apenas de Não Alimentos) também foram representativas para a rede. "Elas conseguiram ter preços competitivos e boa rentabilidade", afirma German Quiroga, responsável pelas operações. Ele diz que a rede apostará em competitividade para que o braço de vendas on-line ajude o crescimento. "A concorrência tem sido agressiva, mas nossa meta é crescer atendendo melhor o nosso consumidor."


Veículo: DCI