Além da identificação de origem dos produtos, o programa também compreende o monitoramento de uso de defensivos agrícolas, através de análises de resíduos agrotóxicos, bem como agrega uma série de questões ligadas à qualidade dos produtos e a possibilidade de certificações para toda a cadeia produtiva.

O Diretor Executivo da Associação Catarinense de Supermercados (Acats), Antonio Carlos Poletini, afirmou que o projeto avançou bastante, mas ainda tem muito para ser feito.

- A ACATS teve duas motivações muito especiais para criar o programa, a preocupação com a saúde das pessoas pela qualidade do produto colocado à disposição do consumidor e o atendimento da legislação que trata do assunto. A saúde das pessoas vem em primeiro lugar, numa escala de prioridade máxima e o que o Programa propõe é justamente contribuir para que cada vez o consumidor possa levar para sua mesa produtos hortifrútis de qualidade e controlados, no que diz respeito a uso de defensivos.

Poletini informou que a ACATS construiu um acordo com o Ministério Público de SC (TAC da Rastreabilidade) que é perfeitamente factível de ser aplicado por todas as lojas de supermercados catarinenses, porque seguiu a realidade dos setores envolvidos, desde a etapa de produção, distribuição e até a comercialização de produtos. O resumo do documento foi apresentado pela assessora jurídica da ACATS, Regina Almeida.

Presente ao encontro, a engenheira agrônoma e fiscal sanitarista da Vigilância Sanitária de SC, Helena Hoffmann, elogiou o trabalho desenvolvido pela ACATS e acredita que as empresas supermercadistas devem enxergar a necessidade desse compromisso de oferecer um alimento mais seguro, transformando o enquadramento perante a legislação em uma oportunidade para qualificar o seu negócio.

Números

O Diretor da empresa PariPassu Sistemas, Giampaolo Buso, responsável técnica pelo Programa, apresentou números atualizados. Hoje cerca de 70% do volume de hortifrútis comercializado em SC passa pelos supermercados engajados no programa.

São atualmente cerca de 20 redes de supermercados de todos os portes, totalizando 3.480 checkouts (posições de atendimento de caixas). Estão cadastrados no sistema 4.366 origens de produtos, que são os fornecedores de frutas, legumes e verduras (FLV) que abastecem as redes. Para acompanhar a qualidade dos produtos já foram feitos até hoje 288 análises de avaliação de presença de defensivos agrícolas com 564 princípios ativos analisados. Só no ano passado foram feitas 110 análises e o percentual de conformidade está em 66%.

O diretor da rede Hippo e Vice Presidente Institucional da ACATS, Josiano Saqueti, uma das empresas piloto do Programa, estimulou os supermercadistas a participarem da iniciativa. "O que a gente pode dizer é que o segredo do sucesso de sua implantação está na persistência", afirmou ele. Hoje a rede Hippo tem 100% de seus produtos com a origem identificada e ela foi uma das que recebeu no último mês de fevereiro o Premio Rama 2016, concedido pela Associação Brasileira de Supermercados. A rede Angeloni, outra pioneira do programa de rastreabilidade, também foi premiada.

Na mesma oportunidade, a Associação Catarinense de Supermercados também recebeu seu troféu como Entidade destaque no país.

Os próximos passos do programa, segundo Poletini, será de ampliar o número de empresas participantes, incorporar novos fornecedores, promover a aproximação com os consumidores e intensificar a divulgação dos produtos no ponto de venda (PDV).

O Programa Alimento Sustentável da ACATS tem o reconhecimento da FAO/ONU, órgão de alcance mundial de apoio a políticas públicas de desenvolvimento humano e será tema de uma das atividades da próxima edição da EXPOSUPER - Feira de Produtos, Serviços e Equipamentos para Supermercados e Convenção Catarinense de Supermercadistas, que acontecerá no período de 21 a 23 de junho no Complexo Expoville, em Joinville.

Assessoria de Comuniação da ACATS