O fórum foi aberto pelo superintendente da AMIS, Adilson Rodrigues, que falou da importância do evento e de se considerar "duas angústias" da atualidade: a falta de tempo das pessoas e o excesso de informações.

Sobre esse último, ele alertou os participantes que é preciso saber aproveitar as informações úteis em meio a uma "avalanche" que chega diariamente. "Quais são as informações que tem valor na atualidade? É isso que a gente procura aqui nesse fórum. A informação que vai fazer a diferença na loja", destacou.

O primeiro palestrante foi o responsável pelo comitê de Prevenção de Perdas da ABRAS, Marcos Manea. Ele apresentou a pesquisa e falou da importância de os varejistas medirem os resultados operacionais e identificar as perdas, mesmo nas empresas pequenas.

Segundo Manea, não é necessário ter um departamento com escritório estruturado. "É preciso apenas ter alguém que se preocupe com isso e que tenha as medidas corretas e que faça os treinamentos".

Outra importância de dimensionar as perdas é ter dados para apresentar às autoridades e cobrar ações de prevenção no caso de furtos, que são parte importante dessas perdas. "É preciso controlar os processos para ter um número e com esse número ir atrás da segurança pública" destacou. "Vamos procurar incentivar para que esse número (total de perdas) seja apresentado no futuro não muito distante", disse.

Tecnologia

Manea lembrou também que uma forma de reduzir perdas é com a etiqueta antifurto, especialmente para aqueles produtos mais visados. Mas isso deve ser uma ação junto aos fornecedores e que deve ser cobrada pelo varejo. "Quanto mais a gente exigir, mais cedo isso vai chegar" disse. Para ele, é necessário criar a cultura de usar a tecnologia a favor do varejo.

O segundo palestrante da manhã foi o presidente do Comitê de Perdas do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (Ibevar), Carlos Eduardo. Ele falou sobre os aspectos jurídicos e procedimentos para prevenção de furtos; a diferença entre furto e roubo; como evitar perdas nas trocas de mercadorias; como abordar uma pessoa suspeita de roubo e quais as consequências desse ato. Além disso, ele falou do papel que cada colaborador deve ter em caso de suspeita de roubo.

O palestrante enfatizou que, embora pareça uma receita de bolo, a experiência mostra que muitos varejistas ainda não atingiram níveis de maturidade mais estratégicos com relação à prevenção de perdas, talvez por desconhecimento dos procedimentos jurídicos para prevenir furtos. "O sucesso da prevenção de perdas está diretamente relacionado com o nível de importância dada pelos executivos", explicou.

Segunda parte
Após o intervalo de almoço, o fórum recomeçou com a apresentações de Eder Motin, do Condor Supercenter; Ivam Chagas, da RR Etiquetas; Daniel Martins, da rede ABC e Cláudio Czapski, da ECR. Ao final da apresentação foi reservado um momento para perguntas dos participantes. Alguns se surpreenderam com o que foi revelado durante o fórum.

"Fiquei surpreso com os resultados desse ralo que são as perdas" destacou o diretor do supermercado Farol, de Almenara, Jucélio Alves. Ele viajou 1,6 mil quilômetros somando ida e volta para participar do evento, e se sentiu recompensado. "Hoje um dos pontos mais importantes para o crescimento é o conhecimento e quem não se atualizar e não investir não terá sucesso", avalia.

Segundo Alves, as informações apresentadas no fórum e os resultados da pesquisa levaram à conscientização do que é preciso fazer na empresa. "Saio daqui satisfeito, porque o evento abriu minha mente para melhorar, porque no dia a dia a gente faz isso (prevenir perdas) a olho nu", completa.

José Ribeiro, sócio-diretor da rede Sales, com sede em Barbacena participou do evento com outros gestores, inclusive da direção e prevenção de perdas, e achou que o fórum foi ideal para o perfil dos supermercadistas mineiros, onde existem muitas pequenas empresas. Para ele, os palestrantes se preocuparam em falar uma linguagem menos técnica, que fica mais acessível a quem tem pouco conhecimento do assunto.

Para o gerente administrativo do Grupo Bahamas, Álvaro Lage, que saiu de Juiz de Fora para assistir ao evento, o fórum teve dupla aptidão. "Esse fórum acaba sendo uma oportunidade para o grande por oferecer uma referência importante sobre as perdas. Para o pequeno, indica que prevenir perdas é uma questão de sobrevivência" analisa. "Foi um evento, bom e importante para discutir essas questões".

Números
Segundo dados mostrados na pesquisa da Abras, as perdas chegaram a 2,52% do faturamento líquido do setor, o que representa R$ 5,3 bilhões. Em Minas Gerais, os números estão entre R$ 550 milhões e R$ 600 milhões, de acordo com o superintendente da AMIS, Adilson Rodrigues.

A entidade tem um comitê de Prevenção de Perdas que vem trabalhando, desde meados de 2012, para ajudar os varejistas a reduzir o problema.

Fonte: Assessoria de Comunicação da AMIS