Em 2017, as vendas de bens de consumo industrializados, no autosserviço, caíram pelo segundo ano consecutivo. Houve, no entanto, desaceleração na queda em relação ao período anterior, muito em função da retomada da economia. No ano passado, o volume comercializado pelo autosserviço, desconsiderando o canal cash & carry, teve retração de 2,4%, ante os 5% de queda registrada em 2016. Considerando todo o varejo alimentar, a retração consolidada foi de 3,5%.
Ao analisar o desempenho dos canais do varejo, especificamente os dedicados ao abastecimento dos lares, o supermercado teve um ano satisfatório e conseguiu reverter a queda registrada em 2016, que fora de -3,3% em volume. Em 2017, este formato de loja cresceu 2,3%.
Já o cash & carry segue colecionando altas de dois dígitos, com salto de 18,5% no volume comercializado. Este aumento, de acordo com a diretora de Varejo da Nielsen, Daniela Toledo, foi favorecido pela entrada de novas redes de atacarejo na base da companhia, mas deve-se, sobretudo, à performance das redes e também pela abertura de lojas.
No campo dos desempenhos negativos, observa-se que as mercearias seguem como as mais impactadas, com queda de 7,1% em volume. Lojas de vizinhança tiveram novo recuo, dessa vez de 3,2%, e o canal hipermercado retraiu 6,2%.
Desempenho das cestas
O modelo de cestas, com suas respectivas subcestas, seguido pela Nielsen, visa seguir a ótica do consumidor, pautada no conceito de soluções de compras. Neste universo, todas apresentaram retração no ano passado, considerando o total varejo.
A cesta de bebidas, uma das mais representativas em termos de participação nas vendas, teve queda no volume comercializado de 4,1%, com destaque para o segmento de não alcoólicos, cuja retração foi de 7,8%. Do lado das bebidas alcoólicas, a queda foi de 1,7%, reforçando o movimento de redução do consumo fora do lar, comportamento que favoreceu esta subcesta no autosserviço, que registrou alta 2,6% neste segmento.
Em alimentos, que retraiu 3,3% no varejo, o protagonismo ficou por conta dos itens de preparo rápido e da subcesta café da manhã, que tiveram, respectivamente, quedas de 6,2% e de 4,2%. O autosserviço sentiu menos a retração da cesta de alimentos, que fechou o ano em -2,1%. Em higiene e beleza, a retração ficou em 1,4%, porém, a desaceleração na queda foi expressiva, visto que, em 2016, o recuo fora de 5,1% no varejo.
O resultado, em questão, indica que o consumidor voltou a lhe proporcionar alguns agrados, corroborando a vocação autoindulgente deste segmento. Subcestas importantes para o varejo, como cuidados pessoais e cuidados para os cabelos, apresentaram melhoria no desempenho das vendas.
Assim como as demais cestas já mencionadas, a de limpeza também apresentou melhora no consumo, mas, mesmo assim, não conseguiu sair da zona negativa, que ficou em 1,4%. As exceções, nesta edição do estudo, ficaram por conta da cesta de bazar e cigarro, cujas quedas foram mais expressivas no ano passado.
Bons ventos
Depois de dois anos de retração, a economia brasileira, finalmente, voltou a crescer em 2017, fato que influenciou positivamente os resultados desta análise. Para 2018, as perspectivas do mercado financeiro são otimistas, que prevê crescimento em todos os fundamentos da economia.
Para este ano, o mercado prevê crescimento de 2,8% do PIB, inflação controlada, retorno dos investimentos e melhorias na criação de postos de trabalho. Tudo isso contribuirá para o consumo e será benéfico para a atividade supermercadista. A projeção inicial do setor é de 3% de crescimento neste ano.
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