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Freada brusca nas vendas de bens de consumo em 2015 11/04/2016 às 15h


O volume de vendas de bens de consumo industrializados cresceu 0,8%, em volume, no ano passado, contra 4,2% em 2014. Com redução de -2,4%, no preço médio das cestas, o faturamento com a venda desses produtos caiu -1,6%


Não é novidade, para ninguém, que a crise chegou ao mercado de consumo e que isso já se reflete em números negativos de segmentos, como o de supermercados, que funcionam como termômetros de todo o setor de comércio. Seguindo a procissão “do passo em falso” da nossa economia, que não consegue se desvencilhar do nó de marinheiro da crise política, os números da Nielsen, no estudo Líderes de Vendas 2016, cuja análise se dirige à indústria de bens de consumo, apontam forte desaceleração, em volume de vendas, e queda, em faturamento.


Do total das cestas auditadas, oito, ao todo, a maioria composta por categorias alimentares, mas, também, considerando linhas de produtos de limpeza e higiene e beleza, as vendas, em valores, caíram -1,6%, número convergente ao Índice Nacional de Vendas (dos supermercados) — INV, publicado mensalmente pela Abras, que acumulou, em 2015, retração de -1,9%.

Extremamente sensível à massa salarial e às taxas de desemprego, as vendas do setor de bens de consumo sofrem, diretamente, o impacto do aumento do desemprego e da queda na renda dos consumidores.


O País vive uma recessão flagrante: o governo corta custos e investimentos, o que gera uma reação em cadeia bastante nociva para o consumo, os juros seguem altos, o que drena, em grande medida, dinheiro do setor produtivo e, assim, o mercado consumidor esfria, com prejuízo claro a quase todos os setores da economia. Ainda assim, é curioso observar que, das oito cestas estudas pela Nielsen, em Líderes de Vendas, apenas duas apresentaram queda em volume, mas, em contrapartida, em receita, apenas duas cresceram. Segundo a executiva de atendimento ao varejo da Nielsen, Lenita Mattar, o consumidor resiste o quanto pode a deixar as compras de categorias e marcas de maior valor agregado, mas as racionaliza, reduzindo-lhes o volume, completando as compras com itens mais em conta e buscando adquiri-las em condições promocionais.


Quando se analisa as quedas de venda, verifica-se que elas aconteceram nas cestas de “bebidas não alcoólicas” e “limpeza caseira”. “A cesta de ‘bebidas não alcoólicas’ apresenta leve redução no consumo de categorias não básicas, embora haja exceções, como água de coco e chá pronto. Porém, a principal razão para a queda nas vendas da cesta são os refrigerantes, que, mesmo no período de bonança econômica, não apresentava bons números, em virtude de uma tendência de consumo associada ao conceito de saudável”, diz Lenita. Se, em volume, as quedas foram exceção, em valores, os crescimentos foram. Apenas “perecíveis”, cujo desempenho ficou em 0,6%, e “bebidas alcoólicas”, com relevantes 4,7%, cresceram.


O bom desempenho da cesta de alcóolicos é ainda mais destacável quando se considera a base sobre a qual cresceu, afinal, o ano anterior foi de Copa do Mundo e teve um verão dos mais quentes. “Boa parte desse crescimento, em ‘bebidas alcoólicas’, é resultado da migração das vendas, dos itens da cesta, de bares, restaurantes e afins para os canais de autosserviço”, diz a executiva da Nielsen. O fato é que, mesmo com aumento no preço (1,2%) em 2015, os itens da cesta são mais baratos no autosserviço.


Cesta que também cresceu em receita, mas sem a contribuição do aumento médio de preços de seus itens, foi a de perecíveis”. “Essa é uma cesta com muito espaço para desenvolver-se no mercado brasileiro, o que ficou claro com seu forte crescimento no período de maior poder aquisitivo do consumidor. Em 2015, houve uma tímida expansão nas vendas, mas a desaceleração foi o que chamou mais a atenção. Até porque, as categorias, cujas vendas mais crescem, são, justamente, as de perecíveis básicos (carnes industrializadas, congeladas, margarina, etc.). Itens mais sofisticados, que vinham bem e perderam fôlego.”


Formatos e regiões


Como era de se esperar, as vendas entre os diferentes formatos do autosserviço desaceleraram significativamente. Corroborando uma tendência antiga, já verificada no ano passado, as lojas de grandes superfícies, hipermercados e hipermercados compactos, perderam vendas: -0,9%, em 2015, contra -1,1%, em 2014. Nos demais formatos, a desaceleração mais expressiva se deu entre as lojas com 5 a 9 check-outs, os supermercados de proximidade, cujas vendas, em volume, foram de 0,6%, no ano passado, contra 7,3% em 2014.


Entre os supermercados tradicionais, constituídos por lojas com 10 a 19 check-outs, em média, a desaceleração foi menor. Em 2014, as vendas tinham tido crescimento de 4,8%, mas, em 2015, cresceram de 2,4%. Já as lojas de proximidade menores, estabelecimentos com 1 a 4 check-outs, tinham vendido, também, em volume, 5,5% em 2014 e, em 2015, o incremento de vendas foi menor: 1,2%. É interessantes observar o bom desempenho, sobretudo diante da situação econômica do País, das lojas com 10 a 19 check-outs. “Esse é um canal que se caracteriza por ser destino da missão de compra de reposição, importante na equação de abastecimento do lar. 


Além disso, trabalha bem itens perecíveis, é competitivo em preço, em relação aos hipermercados, e administra muito bem a oferta de lançamentos,  aproveitando o gosto do brasileiro por novidades e inovações”, afirma Lenita.

A executiva da Nielsen diz, contudo, que as lojas de cash & carry, não contempladas por este estudo, estão tendo mais êxito do que os  supermercados de 10 a 19 check-outs. “Das missões de compras que mais crescem, neste momento econômico, destaca-se a de abastecimento, que, combinada à busca dos consumidores por preços baixos, colocam o cash & carry como opção mais popular de compras. Não é sem motivo, que o cash & carry cresceu, no mesmo período, em volume, 7,5%.” 



Quando se divide o desempenho de vendas entre as diferentes áreas do território nacional, monitoradas pela Nielsen, constata-se que, na maioria delas, houve crescimento em 2015, embora, como era de se supor, de maneira bem mais tímida que no ano anterior. A exceção ao crescimento, entre as regiões, foram, justamente, duas das mais representativas em termos de mercado de consumo: a Sul e a Grande São Paulo, que, no léxico da Nielsen, são chamadas, respectivamente, de áreas 6 e 4.


Com quase 20 milhões de habitantes, metade da população da Argentina, a Grande São Paulo foi a área- Nielsen que se mostrou mais sensível à crise econômica, com queda, no volume vendido de bens de consumo, de -1,5%. A Região Sul teve perda mais modesta: -0,3%. A coincidência, aqui, é que se tratam das duas regiões do País mais industrializadas e, mais do que qualquer outro setor, o industrial é o que mais sofre com o momento vivido pela economia. 


Áreas mais agroindustriais apresentaram crescimento, em volume, em 2015. O Centro-Oeste (Área 7), por exemplo, teve o melhor desempenho entre todas as áreas auditadas, com aumento de 3,7% nas vendas. O interior de São Paulo, Área 5, cresceu 1,1% e o Nordeste, Área 1, teve 1,6% de expansão no volume de vendas, no ano passado.


A Área 2, que compreende Minas Gerais, Espírito Santo e Interior do Rio de Janeiro, veio em seguida, com 2,3% de expansão. Já a região da Grande Rio de Janeiro, Área 3, elevou o volume de vendas, em 2015, em 1%, desempenho que supera, inclusive, a expansão obtida em 2014, que foi de 0,6%.



Veículo: Revista SuperHiper edição de Março de 2016



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