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O ganha-ganha da prevenção de perdas 07/10/2015 às 10h

 

 


Evento, realizado pela Abras, na sede da GS1, mostra ao setor que, além de evitar perdas, um bom trabalho de prevenção integra, agrega e traz ganhos para todos os elos e profissionais da cadeia de suprimentos



A ideia de que para um ganhar, outro tem de perder, embora não esteja ultrapassada, porque, de fato, na maior parte das atividades, é assim, não se aplica a todos os casos. As relações comerciais são — ao menos, deveriam ser — um bom e contrário exemplo a esse conceito de perde-ganha. Os elos de uma cadeia produtiva e de abastecimento não podem ser adversários, precisam ser parceiros e o mesmo princípio vale para a relação entre empresa e colaboradores.

Os negócios não são uma partida de futebol, são “correntes” de colaboração em que o custo benefício tem de ser bom para todos os envolvidos. A equação, para alcançar esse resultado, não é fácil, mas é possível. O III Fórum Abras de Prevenção de Perdas, que acontece, todo ano, no mês de agosto, procurou destacar esse princípio, ao escolher como tema: “Varejo e indústria, unidos na redução de perdas”. Realizado no dia 12 de agosto, pela primeira vez, o evento aconteceu na sede da GS1 Brasil, localizada na zona sul da capital paulista. 


A escolha do local não foi aleatória. A GS1, entidade com atuação global, tem como principal fim promover a integração entre os elos da cadeia, no mundo todo, propondo-se, desde sua criação, a desenvolver tecnologias, como a do código de barras, e assegurar sua eficiência para que as relações comerciais sejam as mais saudáveis e produtivas possíveis. Com esse tema e a presença de diferentes atores da cadeia de abastecimento alimentar, o Fórum, realmente, ensejou o diálogo entre indústria e varejo, com a finalidade de encontrar soluções sinérgicas para prevenir perdas, trouxe cases nacionais e internacionais de empresas supermercadistas, que, hoje, são referência nessa área, e ainda apresentou soluções tecnológicas, de companhias do ramo, bastante úteis a esse trabalho. Além de palestras e painéis de discussão, o evento ainda contou com a apresentação da 15ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, pesquisa que fornece dados abrangentes sobre os percentuais, valores e as principais causas de perdas em todo o varejo de alimentos do País.


Abertura


O Fórum foi aberto pelo vice-presidente de Relações Institucionais da Abras, Márcio Milan, que, na presença do presidente da GS1 Brasil, João Carlos de Oliveira, destacou o caráter global da prevenção de perdas, sobretudo quando visto sob o prisma do desperdício de alimentos, da produção e do consumo sustentáveis. “A redução do desperdício de alimentos não é mais, apenas, uma demanda do setor e de suas áreas de prevenção, é uma demanda internacional e envolve governos. Estive em Brasília, recentemente, e o governo tem a meta de reduzir, pela metade, até 2030, o desperdício de alimentos no País. Nós, como varejo alimentar, somos parceiros nessa missão.” No esteio de ações e políticas antedisperdício de alimentos, Milan entrou no tema “produtos vencidos” e defendeu que os supermercados precisam, em suas estratégias de prevenção de perdas, priorizar a questão, até porque a perda gerada, nesses casos, vai muito além de prejuízos econômicos, abalam, principalmente, a imagem institucional das corporações e do setor.



“Aproveitando que estamos aqui, na companhia de profissionais de empresas de tecnologia, acho importante que se trabalhe no sentido de encontrar soluções capazes de impedir não apenas a venda, mas, também, a exposição de alimentos vencidos em nossas lojas. Não é fácil, mas é importante buscarmos saídas. Tentamos isso, sempre, de forma manual, mas as falhas acontecem e a lei é bastante severa com os profissionais do setor, quando ocorrem erros.” Milan destacou a ação “De Olho na Validade”, adotada por muitos supermercados, sobretudo, no Estado de São Paulo, porque a campanha nasceu na Associação Paulista de Supermercados (Apas), em que o consumidor, ao encontrar produtos vencidos na loja, tinha o direito de trocá-los, por outros, em condições de consumo, sem precisar pagar por eles. “Foi uma medida bem-sucedida e que mostrou, à sociedade, a disposição do setor em resolver esse problema, até porque o maior prejudicado, nesses casos, é o próprio varejo. Porém, é preciso mais. A Secretaria Nacional do Consumidor [Senacon], órgão ligado ao Ministério da Justiça e de prestígio internacional, pelo grande trabalho que realiza, tem-nos cobrado em relação a esse tema.” Depois das palavras de Milan, coube ao coordenador do Comitê Abras de Prevenção de Perdas, Marcos Manea, explicar ao público presente a metodologia da Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, seus resultados — referentes ao ano de 2014 — e compará-los aos de 2013.


Manea destacou a crescente qualificação da base de dados da pesquisa, o que a tem tornado, ano a ano, mais confiável e fiel à realidade do setor. Para se ter ideia, 65% dos pesquisados, na avaliação, responderam ter um departamento de Prevenção de Perdas, contra 61% em 2013. Dados, assim, ajudam a explicar o aumento no índice de perdas do setor: 2,93%, em 2014, contra 2,52%, em 2013. “Quanto mais empresas houver, com departamento de Prevenção, mais confiáveis serão as informações. Porém, num primeiro momento, com o aumento da base de dados, a tendência é identificar mais perdas, elevando seu índice”, disse Manea. (Leia mais sobre a 15a Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, em reportagem na edição de SuperHiper setembro/2015)


 

Caso Laranjão


O Fórum, que se estendeu por 12 horas, ao longo do dia, foi dividido em dois grandes blocos, com intervalos para almoço, visitas guiadas ao Centro de Inovação Tecnológica da GS1 — onde um técnico da entidade mostrou o que há de mais novo, em termos de tecnologia, para melhorar a eficiência da cadeia de abastecimento — e coquetel de encerramento. Cada um dos dois cases, previstos para o evento, foi apresentado em um dos blocos. No primeiro, o diretor Lauro Bianchi, do grupo Laranjão, rede que tem dez lojas no noroeste paulista, mostrou como, depois de muita dificuldade e tentativas malsucedidas, foi possível, em 2014, estruturar um programa de Prevenção, que gerou uma redução de 25% nos índices de perdas da rede. “Só quando passei a acreditar nas pessoas, o projeto de prevenção de perdas vingou no Laranjão”, disse Bianchi, no início de sua palestra.



 



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