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Formato das rodadas de negócios se consolida

 

Sexta edição do evento que promove encontro de negócios entre supermercadistas estrangeiros com fornecedores brasileiros teve a realização de cerca de mil reuniões em dois dias de trabalhos

 

Mais uma vez o Encontro Internacional de Negócios, agora em sua 6a edição, superou expectativas. Realizado no mesmo período da 46a Convenção Abras, que este ano aconteceu nos dias 19 e 20 de setembro, em Atibaia (SP), chegou a quase mil reuniões realizadas, a exatamente 953 encontros entre 24 supermercadistas de 13 países e 34 fornecedores brasileiros dos setores de alimentos, bebidas, limpeza, utilidades domésticas, entre outros.

Na opinião dos organizadores, a Abras que conta com a parceria da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), esta edição teve resultados bastante positivos. “O destaque foi o índice de 93,02% de possibilidades de negócios entre compradores internacionais e fornecedores brasileiros. Ou seja, de 953 reuniões realizadas 881 foram consideradas positivas e podem render negócios no decorrer deste ano”, comemorou o gerente da área internacional da Abras, Claudio Macedo.

Ele destacou que o sucesso do modelo das rodadas de negócios é a possibilidade de melhor apresentação dos produtos para os compradores com efetivação de venda posterior. Mesmo assim houve a concretização de negócios. “Empresas como Docile, Piracanjuba, Plasutil e a Clap [Maricota Alimentos] fecharam pedidos com uma das maiores compradoras da África, a angolana Shoprite Supermercados, durante a rodada”, contou Macedo.

 

Visitantes

O diretor de Compras da Shoprite, Louis Santana, revelou que são adquiridos pela companhia 250 contêineres, a cada três meses, para abastecer 1,5 mil lojas de 17 países e que a intenção é ampliar as compras com mais 50  contêineres. Do Brasil, a Shoprite compra de diversas empresas, como Razzo, Tirolez, Nestlé, Maricota que estavam na rodada, mas Santana destacou que deve entrar em sua carteira de 10 a 15 novas empresas com as quais se reuniu no evento. “Sempre participamos de feiras, mas o modelo com reuniões é mais assertivo. Vim pela primeira vez e tive a possibilidade de trocar ideias e conhecer produtos de maneira mais focada. Devemos voltar”, adiantou.

Ao contrário do conterrâneo Shoprite, o Jumbo, também de Angola, é presença cativa na rodada há cinco anos. Desta vez, quem trouxe novidades, além de fomentar os negócios com os fornecedores brasileiros, foi o diretor de Compras Domingos Francisco. De acordo com ele, a empresa que possui um   hipermercado de 6 mil m2 vai iniciar seu plano de expansão por toda a Angola e deve abrir 27 lojas nos próximos cinco anos. “Os terrenos estão comprados e as lojas devem seguir formatos de cash & carry e hipermercados”, revelou.

 

Da América Latina

A comunidade latino-americana marcou presença de peso nas rodadas de negócios, com empresas de 10 países das redondezas (veja tabela). Um dos destaques foi o Grupo colombiano Exito, que tem 350 lojas em diversas cidades da Colômbia, atua com três bandeiras: Carilla, de lojas premium; Exito, de supermercados intermediários; e Surtimax, de lojas mais populares. A rede é a terceira maior empresa do País e o grupo francês Casino detém 60% de participação.

De acordo com a compradora Ana Maria Ceballos Castro, diversos produtos já são adquiridos do Brasil, mas o encontro de negócios a surpreendeu por conta da organização e logística. “As reuniões ocorrem nos horários agendados e de forma tranquila. Certamente deveremos dar continuidade a conversas com diversas empresas como Garoto, Polenghi, Marilan, Cintra, Schin, somente para citar algumas”, afirmou.

Porém, não só alimentos e itens de higiene e bazar despertaram a atenção dos compradores internacionais. Possibilidade de adquirir insumos do Brasil como as bobinas da Regispel surpreendeu o gerente de Compras Internacionais e Desenvolvimento de Marcas dos Supermercados Bravo, Eladio Rodriguez Escandon. A empresa da República Dominicana possui seis lojas de 2,5 mil m2 em média, sendo cinco delas na capital Santo Domingo, atende a todo tipo de público mas tem focado em mix diferenciado, com itens de delicatessen, produtos orgânicos, e importados de  diversos países. Do Brasil, já adquire produtos de limpeza, perecíveis e deve expandir as importações com biscoitos da Marilan, queijos da Tirolez, plásticos da Jaguar e Plasvale, que foram conhecidos durante a rodada, segundo Escandon.

Já itens de mercearia foram foco de outra empresa compradora dominicana, a Aime Interprise. Segundo o diretor Alex Aime, arroz, óleo de soja e leite em pó estão em sua lista de compra. Para ele, o Brasil o fascina não só por seu tamanho, mas principalmente por produzir e fabricar 80% do que ele próprio consome. “Acredito que há muita oportunidade de bons negócios e bons produtos por aqui”, revelou o dominicano que já estuda português para estreitar os laços.

Nesta edição, quem esteve presente mais uma vez foi Alberto Peroni, da empresa paraguaia El Imperio. Para ele, este foi um dos melhores anos por conta do aproveitamento do tempo nas reuniões e também pela presença de fabricantes com produtos muito atrativos.

Este ano a rodada teve a presença também de supermercados e tradings norte-americanos. O interesse em abastecer a população latina trouxe o Bravo Supermarket, a C-Town Supermarket e a R & E Corporation para o encontro internacional. Tanto que segundo o superintendente da National Supermarket Association (Associação Nacional de Supermercados), William Rodriguez, o evento foi de grande interesse, educativo e interativo, com oportunidade de comercializar em ambos países.

 

 

Fonte: Revista SuperHiper, edição outubro 2012