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Artigo: Warehouse store voltando 19/06/2017 às 13h

*Antonio Carlos Ascar


Durante a década de 80, surgiu e cresceu nos Estados Unidos um formato de loja chamado pelos americanos de “Warehouse Store”.

 

Conheci várias delas, como o Basics, Heartland, Cub, Cub Too, entre tantas outras. Eram lojas de baixo investimento, que diziam ser “no frills” (sem frescuras), com área de venda de 3 mil a 5 mil metros quadrados, focadas em preços baixos e muito competitivos, linha limitada de produtos, cerca de 5 mil itens, basicamente de alimentos, e um layout característico que forçava uma circulação obrigatória, entrando obrigatoriamente pelos perecíveis.

 

Teve sua fase de sucesso, e nos últimos anos estava um pouco esquecida. Havia no país, em 2005, 436 lojas em 2015, um pouco mais, 440 lojas.

 

No Brasil, nós a chamamos de loja depósito, e eu tive o privilegio de desenvolver e operar, na década de 80, 12 lojas no País. O nome fantasia adotado pelo Grupo Pão de Açúcar era Superbox e surgiu de muita viagem e pesquisa nas lojas “no frills” americanas.

 

Tínhamos lojas em São Paulo, Rio, Brasília, Recife e Salvador. O formato era um sucesso de vendas e, principalmente, de lucro. Tinham, em média, 4 mil metros de área de vendas. A maior delas, em vendas, era a da Rótula do Abacaxi, em Salvador, Bahia.

 

As primeiras eram muito simples e as últimas foram sendo sofisticadas por razões mercadológicas. Alias, convém lembrar que recentemente o formato de maior sucesso no Brasil é o das lojas chamadas atacarejo, que também surgiram “sem frescuras” e que nada mais são do que uma pequena variação das lojas Superbox, o formato loja depósito.

 

Tudo isso para lhes dizer que, recentemente, tomei conhecimento de uma loja inaugurada em Illinois, nos Estados Unidos, com 5.400 m² de área total e uma circulação meio obrigatória, como os Superbox. Entusiasmei-me com ela. É um pouco sofisticada (acho que estamos em outro momento), arquitetura moderna, um alto poder de atração e motivadora para grandes compras semanais e mensais.

 

Como tudo começou?

Niemann Foods, Inc. é uma empresa mãe que opera 112 lojas nos estados de Illinois, Indiana, Iowa e Missouri. São 49 supermercados County Market, 14 lojas franquiadas de sortimento limitado Save-A-Lot, 27 C Stores, além de farmácias, pet shops e postos de gasolina.

 

Essa empresa surgiu há 100 anos, em 1917, com a inauguração de uma Groceteria e, em 1930, já operavam 10 dessas pequenas lojas e um pequeno atacado. Em 1940, abriu seu primeiro supermercado em Quincy, Illinois.

Ao todo, hoje são 5 mil colaboradores e 2 mil sócios-donos. Almejam chegar a vendas de um bilhão de dólares brevemente.

 

Aí escolheram um novo local em Champaign, Illinois e decidiram abrir uma loja diferente para competir em um difícil mercado consumidor. Não queriam mais um supermercado, mas algo diferente e assim pesquisaram muito em busca de um novo conceito que focasse a tendência atual de “Farm to Table” (da fazenda para a mesa).

 

O resultado foi essa loja, tipo Wharehouse Store, que batizaram de “Harvest Foods” (colheita), que opera uma linha de itens convencionais como líderes de mercado, porém, metade dos seus SKU é composta de produtos naturais e orgânicos.

 

Além de seus tradicionais fornecedores, desenvolveram uma grande quantidade de produtores e fornecedores da região.

 

Fortíssimos em perecíveis, operam uma cafeteria, um restaurante e uma seção de produtos para o lar, além de um excelente departamento de vinhos.

 

O layout com circulação obrigatória me chamou a atenção, pois é muito semelhante aos desenvolvidos por mim na década de 80. O diferencial é a excelência do aparelho operacional e da ambientação, nisso não lembrando muito as antigas lojas depósito “no frills”.

 

Por coincidência, neste mês de junho, estou indo a Chicago para a formatura do meu filho e, sem dúvida vou tirar um dia para conhecer essa nova loja que está a duas horas de Chicago. Depois, conto o que achei dela.

 

 

*Antonio Carlos Ascar é estudioso das tendências mundiais do varejo de autosserviço. Graduado e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV (SP), e especialização em Empreendedorismo pela Babson College de Boston (EUA). É autor do livro Glossário Ascar de Termos Supermercadistas e do livro Distribuindo as Camisas, (à venda nos sites www.submarino.com.br e www.extra.com.br). Por 31 anos foi diretor executivo do Grupo Pão de Açúcar, implantou diversos formatos de loja como: Extra, Minibox, Superbox, Peg Faça, Express, entre outros. Atualmente é consultor e sócio diretor da Ascar & Associados, empresa de consultoria que atua na prestação de serviços a redes supermercadistas. Ascar é também consultor de varejo da Abras e articulista da revista SuperHiper, publicação da Abras. www.ascarassociados.com.br

 

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