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Artigo: Pretensão exagerada? 31/05/2019 às 13h

*Antonio Carlos Ascar


A Amazon, o grande varejista on-line americano, planeja abrir cerca de 3 mil lojas "Amazon Go" até 2021. Esse projeto da companhia começou com uma loja em 5 de dezembro de 2016, em Seattle, no ano seguinte, outra na mesma cidade, e em setembro de 2018 foi aberta uma em Chicago. Já opera hoje 12 unidades. Quatro em Seattle, quatro em Chicago, uma em Nova York e três em São Francisco. Para quem desconhece essa, lembro que são lojas de conveniência de mais ou menos 200 metros quadrados que operam sem caixas registradoras.

 

Apesar de pequena, ela opera com muitas opções de alimentos, sanduíches, saladas, refeições quentes e frias e servidas em embalagens especiais. A ideia é ser o local para os funcionários dos escritórios pararem para o café da manhã, almoço e lanches, bem como levar refeição para casa, e tudo com muita rapidez.
Os clientes só precisam baixar o aplicativo Amazon Go e acessar com sua conta de usuário para obter um código QR que permita que eles entrem na loja.



Os clientes podem simplesmente pegar um item na prateleira e sair sem ficar em nenhuma fila. A experiência de compra futurista é alcançada através do uso de câmeras no teto e sensores nas prateleiras que acompanham o movimento do cliente e do item. Seguindo esse caminho:

 

- Entre na loja utilizando seu smartphone (com um QR Code)
- Pegue os produtos que serão automaticamente adicionados ao seu carrinho virtual
- Se devolver algum produto, ele sairá da sua conta
- Ao terminar a compra, basta sair da loja
- Amazon Go debitará ela de sua conta de usuário utilizando o QR Code do seu celular

 

Em outras palavras; através de um programa pré-instalado no seu celular você é identificado ao entrar na loja, e tudo o que retirar das gôndolas, menos o que devolver antes de sair da loja, será considerado sua compra e debitado na sua conta com a empresa. O cliente simplesmente sai da loja, e o débito já é automático. Sem check-out, digitação dos produtos, pagamento, etc.

A ideia da empresa é, até o fim de 2019, estar operando cerca de 50 lojas, e até 2021, cerca de 3 mil unidades. A proposta é fazer com que o cliente nunca mais precise entrar em uma fila no check-out para pagar a conta.

Fontes disseram à Bloomberg que a Amazon está pesquisando áreas urbanas densas com muitos moradores jovens, ocupados e abastados. Jeff Lenard, vice-presidente da agência de notícias NACS disse: "A chave para o sucesso serão os locais de conveniência. Se for um quarto de milha longe de onde as pessoas passam e andam de bicicleta, só a novidade da tecnologia não funcionará. É preciso estar bem próximo do público-alvo. "

 

Segundo a Bloomberg, o primeiro Amazon Go, em Seattle, custou mais de 1 milhão de dólares apenas em hardware. Portanto, reduzir o foco da Amazon Go para alimentos pré-preparados para pegar e levar reduziria o custo para abrir cada local, disse o relatório. Será que vão seguir essa recomendação?


Recente pesquisa mostrou que nos EUA o excesso de tempo de se estar nos check-outs das lojas é muito desagradável, principalmente para as pessoas até 54 anos. Os mais velhos são mais condescendentes. No Brasil não é muito diferente. O momento de pagar as compras além de ser o pior é o mais demorado, menos pelas filas e mais pelos lentos sistemas de recebimento.

 

 


Como será o futuro?

 

Se a Amazon conseguir abrir mil lojas Amazon Go até 2021, eu já ficaria impressionado, pois isso exigiria quase sete lojas por semana. É ou não é uma PRETENSÃO EXAGERADA?
Só que querem mais; são 3 mil lojas e, portanto, precisarão abrir 20 lojas por semana a partir do início de 2019. Isso parece um exagero, mesmo para a Amazon.


Até já estão planejando essas 3 mil lojas, mas o CEO Jeff Bezos ainda não está certo de qual direção seguir com o conceito do Amazon Go. Deve ser uma loja de conveniência com alimentos frescos e mantimentos? Ou mais uma experiência focada em comidas frescas e prontas para você entrar, comer lá ou levar?


Logo, logo saberemos. Em tempo: a Amazon chama essa tecnologia de "just walk out".

 

 

 

Fontes: Bloomberg, CSP

 

*Antonio Carlos Ascar é estudioso das tendências mundiais do varejo de autosserviço. Graduado e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV (SP), e especialização em Empreendedorismo pela Babson College de Boston (EUA). É autor do livro Glossário Ascar de Termos Supermercadistas e do livro Distribuindo as Camisas, (à venda no site www.mercadolivre.com.br). Por 31 anos foi diretor executivo do Grupo Pão de Açúcar, implantou diversos formatos de loja como: Extra, Minibox, Superbox, Peg Faça, Express, entre outros. Atualmente é consultor e sócio diretor da Ascar & Associados, empresa de consultoria que atua na prestação de serviços a redes supermercadistas. Ascar é também palestrante internacional, consultor de varejo da Abras e articulista da revista SuperHiper, publicação da Abras. www.ascarassociados.com.br

 

 

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