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Artigo: Aldi no país berço do supermercado 02/04/2019 às 13h

* Antonio Carlos Ascar

 

Os supermercados nos Estados Unidos já estão enfrentando, de longa data, uma forte concorrência de múltiplos formatos de alimentação como os clubes atacadistas, as drogarias, as dollars, as lojas de conveniência. Entre outros formatos aí vem a Amazon, o gigante do e-commerce e entra no mercado de lojas físicas comprando, nada mais nada menos que a rede Whole Foods Market, a sétima maior rede americana. Aí a coisa fica ainda mais complicada quando a empresa acena com a abertura de 3 mil lojas "Amazon Go" até 2021. É aquela loja de vizinhança que não tem checkouts e que está dando o que falar no nosso mundo supermercadista.


Veja que para atingir seu objetivo vai precisar abrir, em média, 20 lojas por semana. Parece ser uma missão bem difícil. Quando tudo parece estar ruim para os supermercados, a coisa fica ainda pior com as duas redes alemãs de hard discount entrando no país, Aldi e Lidl. Lembro que, muitas redes europeias já tentaram esse rico mercado: Carrefour, Leclerc, Auchan, Tesco, Euromarche, e todas voltaram para casa.


Agora, estamos vendo os alemães, bem-sucedidos, caírem no gosto dos consumidores americanos. O formato tem agradado pela proposta da loja, layout fácil de circular, boa experiência de compra, linha suficiente de produtos, marcas próprias de qualidade e, principalmente, preços muito baixos.
O Aldi foi o primeiro, tendo entrado modestamente no país em 1976. Vinha caminhando lentamente com lojas simples, despojada, e seu público-alvo era formado pelos americanos mais pobres. Com a crise financeira, de 2008, a taxa de desemprego aumentou entre a classe média. Aqueles que encontraram novos empregos tiveram de aceitar salários mais baixos. Gastar menos com as compras tornou-se, portanto, uma necessidade para muitos americanos. O Aldi enxergou neste contexto uma oportunidade. Assim, desde o início da crise, abriu cerca de 100 lojas a cada ano em todo o território americano e agora conta com 1.800 lojas em 35 estados.


É hoje a oitava maior rede do país, com vendas próximas a 15 bilhões de dólares. Está à frente de conhecidas redes como o Wegmans, a Target e o Trader Joe´s, e logo atrás do Whole Foods. Já o Lidl atacou só recentemente, abrindo sua primeira loja no país em 15 de junho de 2017 e se concentrando nos estados do leste americano. Está hoje com 59 lojas e acelerando novas aberturas.


Voltando à Aldi, seus executivos falam que em 2022 a rede estará com 2.500 lojas e será a terceira maior do país, só atrás do Walmart e do Kroger. Conhecendo bem do que essa rede é capaz, por tudo que vi na Europa, pois os acompanho há muitos anos, e como já operei uma rede de hard discount no país, conheço bem a agressividade do formato. Assim, acredito mesmo que devem chegar a seus objetivos, e isso num país onde os estrangeiros nunca tiveram a chance de entrar, crescer e ficar.

 


*Antonio Carlos Ascar é estudioso das tendências mundiais do varejo de autosserviço. Graduado e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV (SP), e especialização em Empreendedorismo pela Babson College de Boston (EUA). É autor do livro Glossário Ascar de Termos Supermercadistas e do livro Distribuindo as Camisas, (à venda no site www.mercadolivre.com.br). Por 31 anos foi diretor executivo do Grupo Pão de Açúcar, implantou diversos formatos de loja como: Extra, Minibox, Superbox, Peg Faça, Express, entre outros. Atualmente é consultor e sócio diretor da Ascar & Associados, empresa de consultoria que atua na prestação de serviços a redes supermercadistas. Ascar é também palestrante internacional, consultor de varejo da Abras e articulista da revista SuperHiper, publicação da Abras. www.ascarassociados.com.br

 

 

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